São Paulo, domingo, 26 de fevereiro de 1995
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Usuário reúne provas do Holocausto

HELIO GUROVITZ
DA REPORTAGEM LOCAL

KenMcVay, 54, é gerente-assistente de um posto de gasolina e de uma loja de conveniência em Vancouver (Canadá). Ganha US$ 1.320 por mês. Em janeiro de 92, começou a lutar contra net-nazis.
Reúne hoje cerca de 50 megabytes de provas do extermínio nazista. As 50 horas por semana diante de seu PC-386 lhe valeram problemas na mão. Diz que sobra pouco tempo para quatro filhos e cinco netos. Leia abaixo entrevista concedida pelo correio eletrônico.

Folha - O sr. não é judeu. O sr. tem alguma relação com grupos perseguidos por Hitler?
KenMcVay - Sim. Sou um ser humano.
Folha - É verdade que o sr. tem síndrome do túnel do carpo e tendinite (doenças na mão) de tanto ficar no computador?
McVay - Sim, é verdade. Mas agora os sintomas diminuíram e às vezes uso braçadeiras.
Folha - Neonazistas estão usando alta tecnologia para propaganda e comunicação. Como surgem os nazi-servidores?
Ken McVay - Um provedor de serviços comerciais chamado Netcom permite que usuários tenham até cinco megabytes de espaço de armazenamento. Vários usuários estão usando esse espaço para armazenar literatura racista e anti-semita, que qualquer um pode acessar. A Netcom vê isso como uma questão ligada à liberdade de expressão e não concorda, de nenhum modo, com quem usa o lugar com esse propósito.
Folha - Esses net-nazis respeitam a ética dos usuários da rede ( netiquette)?
McVay - A maioria sim. Dan Gannon não. É o violador numero um da netiquette.
Folha - O sr. é a favor da censura do material nazista?
McVay - Sou contra censura na Internet. Ponto final.
Folha - O sr. acha que deveria ser criada uma espécie de alfândega para deter a disseminação do materil racista?
McVay - É provavelmente impossível, e nem vejo por quê.
Folha - O sr. não diz onde mora. O sr. se sente ameaçado?
McVay - Não, só não faço propaganda de minha localização. Chamo isso de prudência.
(HGz)

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