São Paulo, segunda-feira, 27 de fevereiro de 1995
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Estácio veste rubro-negro e enfrenta a verde-rosa

AZIZ FILHO
DA SUCURSAL DO RIO

Estácio veste rubro-negro e enfrenta a verde e rosa
Flamengo e Mangueira, as duas paixões do carioca, vão balançar o Sambódromo hoje. A Estácio de Sá, segunda escola a desfilar, se veste de rubro-negro para comemorar os cem anos do time mais popular do país. A verde-rosa ocupa o Sambódromo na madrugada.
O desfile da Estácio começa com uma gigantesca bandeira do Flamengo e termina com uma bandeira branca, carregada por componentes com uniformes dos times mais conhecidos do país.
O carnavalesco Mário Borrielo diz não se preocupar com as vaias certas de torcedores de outros times de futebol.
Segundo ele, "os flamenguistas vão delirar e os outros vão respeitar. É uma linda festa de aniversário e um convite à paz".
A presença do temperamental Romário, muso dos flamenguistas de hoje, é uma incógnita.
Se o atacante não for, a ausência estará compensada por vários jogadores e ex-jogadores do Flamengo, entre eles o eterno ídolo Zico.

Badalação
A Mangueira, por sua vez, contará lendas do arquipélago de Fernando de Noronha, no Nordeste do país.
Após o fracasso do badalado desfile de 94, quando homenageou os baianos Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia e acabou em 11º lugar, a "nação verde-rosa" passou um ano evitando superexposição.
"No ano passado éramos favoritos e fomos prejudicados por isso. Agora vamos correr por fora e ganhar", diz o presidente da escola, Roberto Firmino.
Este ano, o diretor de harmonia da Mangueira será o lendário Delegado, 74, que ganhou 36 notas dez consecutivas para a escola como mestre-sala.
A Mangueira é a sétima a desfilar, espremida entre dois pesos pesados. Antes dela se apresenta a Imperatriz Leopoldinense, campeã de 94, e depois, a Viradouro de Joãosinho Trinta.
Conhecida pela perfeição técnica de seus desfiles, a Imperatriz ganhou dois reforços este ano.
O primeiro foi um patrocínio do governo do Ceará, de R$ 200 mil. O segundo foi a modelo Luiza Brunet, que deixou a Portela para ser a madrinha da bateria.

Debret
Depois da Mangueira é a vez da Unidos de Viradouro, única escola de Niterói, com o genial carnavalesco Joãosinho Trinta.
Para este ano, Joãosinho preparou uma alucinação sobre o pintor francês Debret. Ele guarda a sete chaves os segredos das alegorias que levará para a avenida.
Outra forte concorrente ao título é a "high tech" Mocidade Independente de Padre Miguel, que dará um ar sagrado à festa profana com um enredo sobre religiões.
A Igreja Católica já protestou, mas o carnavalesco da Mocidade Independente, Renato Lage, garante que não vai usar imagens sagradas no desfile.
A Vila Isabel faz uma homenagem ao Real com um enredo sobre a evolução do dinheiro.
O ator gaúcho Reinaldo Teixeira representa, com uma faixa verde-amarela, o presidente Fernando Henrique Cardoso, sambando em uma alegoria de nove metros de altura.
A história do petróleo é o enredo da Caprichosos de Pilares. O desfile começa com a Unidos da Ponte, que canta o Paraná, e termina com a Villa Rica, que fala sobre a evolução dos tecidos.

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