São Paulo, segunda-feira, 27 de fevereiro de 1995
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Imperatriz usa camelos e jegues na luta pelo bi

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

A Imperatriz Leopoldinense vai lutar pelo bicampeonato no Sambódromo com um desfile que mistura humor e história: uma expedição que fracassou no Ceará por trocar o jegue, a montaria mais comum no sertão nordestino, pelos camelos.
O "samba do jegue" ganhou o apoio do governo do Ceará, que doou R$ 200 mil — metade dinheiro público, metade verba obtida junto à iniciativa privada.
A expedição narrada no samba aconteceu em 1859. Cientistas foram enviados por D.Pedro 2 para estudar a natureza e as riquezas minerais do Ceará.
Influenciado pelos franceses, o governo imperial usou na expedição 14 camelos, mas a montaria foi considerada incômoda..
O samba "Mais vale um jegue que me carregue que um camelo que me derrube lá no Ceará" termina enumerando as qualidades de seu personagem principal: o jegue, o animal que resiste à seca e é usado pelo sertanejo para cavalgar e arar a terra.
"Acho que esse enredo tem muito a ver com a gente e com o Brasil, porque ele defende a simplicidade das coisas da nossa terra", disse a carnavalesca Rosa Magalhães, que é filha do historiador cearense Raimundo Magalhães Júnior.
Ao fazer o enredo, juntou a história da expedição, que ouvia do pai desde criança, com o folclore cearense sobre o jegue. Leu até o livro "O jumento, nosso irmão", do cearense Antônio Vieira.
O carro alegórico "Viva o Jegue", com vinte jumentos artificiais, vai encerrar o desfile. Neste carro, desfilarão o cantor Fagner e o humorista Renato Aragão, ambos cearenses.
Outras alas vão mostrar a chegada da corte imperial ao Ceará, os tratadores de camelos, o artesanato e o folclore do Estado. Como madrinha da bateria, a modelo Luíza Brunet, que estréia na Imperatriz depois de romper com a Portela.

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