São Paulo, segunda-feira, 27 de fevereiro de 1995
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Gaviões tira 1º grito de 'é campeã' da platéia

ANTONIO ROCHA FILHO, CLAUDIO AUGUSTO, LUIS HENRIQUE AMARAL E LUCIANA CANTÃO GOMES
DA REPORTAGEM LOCAL E DA

FT
Os primeiros gritos de "é campeã" em São Paulo vieram após o desfile da Gaviões da Fiel, quarta escola a entrar no Sambódromo do Anhembi e segunda colocada na apresentação do ano passado.
O enredo "Coisa Boa É Para Sempre", um dos mais executados pelas rádios paulistanas especializadas em samba, começou a ser cantado pelo público antes mesmo da entrada da escola na avenida.
Viola, o principal destaque da Gaviões, desfilou em um carro alegórico que homenageava Ayrton Senna e a conquista do tetra.
Ao lado do ator Alexandre Frota, ele levantou a platéia. O atacante corintiano ainda desfilou nas duas escolas que se apresentaram em seguida —Leandro de Itaquera e na Rosas de Ouro.
A Leandro apostou no nu feminino com um carro alegórico com mulheres "vestidas" apenas com lantejoulas douradas pelo corpo.
Apesar do luxo e originalidade de seus carros —em um deles era jogada uma partida de vôlei—, a Rosas de Ouro não empolgou.
A Camisa Verde e Branco também apostou no luxo das fantasias apoiada no enredo "Do Palco ao Asfalto, o Resumo da Ópera". Como a Rosas, não convenceu.
Outra escola a buscar inspiração nos ritmos musicais foi a Mocidade Alegre. Seus componentes cantaram com empolgação o enredo "Do Rock ao Samba, Todo Mundo Maluco Beleza", uma homenagem ao roqueiro Raul Seixas.
Apesar da animação, a escola foi prejudicada pela dificuldade que o último carro teve para ultrapassar a estrutura de metal onde ficavam os cinegrafistas. Houve um vazio na evolução e a escola pode perder pontos nesse quesito.
Quando já amanhecia, por volta de 6h, a Vai-Vai entrou na avenida com o enredo "Deu Poesia na Terra da Garoa". O samba, uma homenagem a São Paulo, voltou a despertar as arquibancadas.
A Nenê manteve o clima de animação. Apesar de atrasar cerca de dez minutos para entrar na avenida, seus componentes aceleraram o ritmo e encerraram o desfile no tempo previsto —65 minutos.
O luxo das fantasias e o samba-enredo sobre o amor empolgaram a platéia, que já havia assistido a cerca de dez horas de desfile.
Outras escolas que não fizeram boas apresentações foram a Imperador do Ipiranga, Unidos do Peruche e X-9 Paulista.
O enredo, que procurava mostrar que o samba ainda está vivo, não emplacou no Sambódromo..
A X-9 fez um desfile de estréia apenas luxuoso. A maior atração foi o carro com quinze homens de sunga e gravata. Por onde passava, a platéia fazia barulho: os homens vaiavam e as mulheres aplaudiam.

Ocorrências
No ambulatório médico foram atendidas cerca de 200 pessoas, a maioria por embriaguez. Não houve ocorrências policiais graves.
(Antonio Rocha Filho, Claudio Augusto, Luis Henrique Amaral e Luciana Cantão Gomes)

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