São Paulo, segunda-feira, 27 de fevereiro de 1995 |
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Festival de Inverno terá músicos do Leste Secretaria negocia patrocínio privado para o evento ELVIS CESAR BONASSA
Com escassez de recursos, provocada pelo corte de 50% do orçamento estadual, a Secretaria da Cultura está procurando fórmulas para diminuir os custos dos eventos que organiza. O convite aos músicos do antigo bloco comunista é apenas um dos movimentos dessa estratégia. A secretaria calcula que esse músicos vão cobrar cachê menor do que seus colegas ocidentais. Também para economizar, serão convidados músicos brasileiros com a "sugestão" de que não cobrem cachê. O argumento para tentar convencê-los: o Festival de Inverno deste ano será dedicado a Tom Jobim, morto no ano passado. Como se trata de uma homenagem, os brasileiros poderiam tocar de graça. Mas isso ainda não será suficiente para baixar significativamente os US$ 2,5 milhões que o festival consome em média. A secretaria está procurando patrocinadores. Este é o terceiro ponto da estratégia —e talvez o mais importante. O Festival de Inverno, realizado em julho, é considerado um "bom produto". Isto é, tem repercussão em jornais, revistas e televisão. Uma empresa que associar seu nome ao evento terá retorno garantido de mídia. As negociações da secretaria já começaram. O primeiro interessado é o Banco Real, que pode arcar com parte dos custos da organização. Não há nada ainda fechado, mas as negociações caminham bem, segundo informações da própria secretaria. Se a iniciativa for bem sucedida, este festival deverá ser a primeira grande experiência de atividades conjuntas entre a secretaria e a iniciativa privada —algo que deve se tornar a tônica desta administração. O Festival de Inverno "econômico" será, de todo modo, a primeira experiência da própria secretaria na organização de um evento desse tipo. Até o ano passado, toda a infra-estrutura e organização ficava a cargo do Baneser —órgão ligado ao Banespa, que fornecia mão-de-obra para a administração pública. Os serviços do Baneser foram cortados, por decisão do governo. Isso acarretou a perda de 70% do pessoal da Secretaria da Cultura, além de todo o serviço de assessoria em organização de eventos que o Baneser prestava. Texto Anterior: Briga entre Allen e Mia vai para o palco e TV Próximo Texto: 'Quatro por Quatro' supera fragilidade Índice |
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