São Paulo, quarta-feira, 1 de março de 1995
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Detetive acusado de chacina é morto no Rio

PAULO GRAMADO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O detetive Leandro Corrêa da Silva Costa, acusado de participar da chacina de Vigário Geral, foi morto com mais de 30 tiros de diversos calibres anteontem no Rio.
Ele havia fugido da carceragem Ponto Zero, em Benfica (zona norte). O crime aconteceu num dos acessos ao morro do Dendê, na Ilha do Governador (zona norte).
O corpo de Costa, 28, foi achado dentro de um Escort conversível, roubado há duas semanas.
Casado e com uma filha de um ano e meio, Costa era acusado de integrar o grupo de policiais chamado "Cavalos Corredores", que em julho de 93 invadiu a favela de Vigário Geral e matou 21 pessoas.
Cerca de 50 pessoas, entre policiais civis e militares, foram presas e estão sendo investigadas como co-autoras da chacina.
Há uma semana, o ex-PM Alexandre Bicego, outro acusado de participar da chacina, tentou fugir depois de prestar depoimento no Fórum de Campinho (zona norte). Baleado na coxa direita quando corria pela rua, foi recapturado.
O delegado Zaqueu Teixeira da 37ª DP, da Ilha do Governador, recebeu informação de carcereiros do Ponto Zero de que Costa tinha fugido por volta das 23h.
Segundo a polícia técnica, a morte teria ocorrido por volta das 21h, duas horas antes da notificação da fuga. A Polícia Civil vai apurar se irregularidades possibilitaram a fuga.
Peritos que estiveram no morro do Dendê recolheram cápsulas deflagradas de fuzil AR-15, escopeta 12 e pistola 9mm. Segundo testemunhas, mais três pessoas estariam com o detetive no Escort. Elas estão sendo procuradas.
No local onde foi deixado o corpo funcionaria uma boca-de-fumo. O tráfico do morro é controlado por Romildo da Silva, o "Miltinho do Dendê".
Num outro morro da Ilha do Governador, o Uno placas NW 3044 foi encontrado de madrugada por policiais, crivado de tiros.

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