São Paulo, quinta-feira, 2 de março de 1995
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1.450 presos se rebelam no interior de SP

LUCIANA CAMARGO
DA FOLHA SUDESTE

Cerca de 1.450 presos se rebelaram ontem em duas unidades do Complexo Penitenciário de Hortolândia, cidade próxima a Campinas (99 km a noroeste de SP).
Na Penitenciária 2, o motim não tinha acabado até as 19h de ontem e ainda havia 11 reféns que os detentos ameaçavam incendiar.
O complexo tem três presídios de segurança máxima e um de regime semi-aberto. As rebeliões aconteceram na penitenciária e na Casa de Detenção. Até as 19h um preso havia sido ferido.
O motim mais grave aconteceu na Penitenciária 2, onde os presos trocaram tiros com a polícia e queimaram vários colchões depois do começo da rebelião, às 14h30.
Cerca de 770 detentos colocaram fogo nos acessos a duas alas do presídio e pegaram os reféns.
A Polícia Militar foi chamada. Cerca de 120 homens dos Pelotões de Choque da região foram convocados e, quando chegaram, trocaram tiros com presos que estavam atrás dos muros da cadeia.
Um dos presos, ainda não-identificado, ficou ferido. Ele foi socorrido na enfermaria da cadeia e transferido do local.
Por volta das 18h, os presos exigiram falar com os jornalistas antes de negociar com a direção do presídio. Um grupo de oito presos reivindicava carro e armas para fugir e a ameçavam colocar fogo nos reféns caso não fossem atendidos.
"Não temos nada a perder", disse um dos presos, que não se identificou. Às 19h, os policiais do Batalhão de Choque aguardavam ordem do governo estadual para invadir o presídio.

Casa de Detenção
A primeira rebelião começou às 9h, nos pavimentos A e B da Casa de Detenção. O motim envolveu 678 presos, que reivindicavam melhores condições no presídio.
Os detentos pegaram três funcionários como reféns, subiram em duas caixas d'água do presídio e levantaram faixas pedindo punição dos funcionários. A rebelião terminou às 15h.

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