São Paulo, quinta-feira, 2 de março de 1995
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Presos acusados de usar cabeça em magia negra

DA REPORTAGEM LOCAL

O 3º Tribunal do Júri decretou ontem a prisão de três homens acusados de decapitar o ajudante geral Edmílson de Oliveira Borges, 30, para fazer um trabalho de magia negra com sua cabeça.
Os três acusados são o ajudante de carpintaria Flávio Lopes dos Anjos, 20, o motorista José Monteiro da Silva, 35, o "Zezão", e o açougueiro Dernivaldo Fernandes da Silva, 26, o "Zoinho". Eles confessaram o crime.
Os três foram presos pela Divisão de Homicídios. O crime aconteceu no dia 16 de agosto de 94, na rua Frei Macário de São João, atrás do cemitério do Gethsêmani, no Morumbi (zona sul).
Dias antes, Anjos teria ido a um terreiro de uma mãe-de-santo conhecida como Mara, que está foragida. Ela teria dito ao ajudante de carpintaria que um homem havia feito um despacho com uma cabeça humana contra ele.
Para quebrar o feitiço ele deveria fazer um trabalho igual. Segundo o delegado Benjamin Napolitano Neto, Anjos teria dito à mulher que não tinha coragem para desenterrar um morto e cortar a cabeça.
A mãe-de-santo teria dito para ele que a cabeça de alguém vivo também poderia ser usada na magia. Ao sair do terreiro, o ajudante de carpintaria teria resolvido decapitar Borges.
"Ele disse que a vítima sabia que ele era autor de alguns roubos e que temia ser denunciado por ela", afirmou o delegado. Anjos teria convidado Zezão e Zoinho para o crime.
Zoinho teria pego um facão e os três ido à casa de Borges. Eles teriam levado a vítima da favela do Jardim Colombo (zona sul) ao local do crime. Em seguida, teriam obrigado Borges a se ajoelhar.
O primeiro golpe de facão teria sido desferido por Anjos, que acertou o ombro de Borges. Os outros golpes que decapitaram a cabeça teriam sido dados por Zoinho. O corpo foi abandonado pelos assassinos.
A cabeça não foi achada pela polícia. Ela teria sido posto em uma encruzilhada com duas velas, uma vermelha e uma preta.

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