São Paulo, quinta-feira, 2 de março de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Funcionária do Palácio dos Bandeirantes acusa racismo

DA REPORTAGEM LOCAL

A Delegacia Especializada em Crimes Raciais vai investigar denúncia de um suposto caso de racismo ocorrido entre funcionários do Palácio dos Bandeirantes.
Marília Regina Augusto, 24, disse ter sido insultada por um colega pelo fato de ser negra.
Ela faz parte de uma comissão que fiscaliza o restaurante do palácio. Às 10h30 de ontem, segundo ela, o funcionário José Domiciano Silva, motorista do palácio, iniciou uma discussão com Marília alegando não ter recebido os vales-refeição a que tinha direito.
Por não ter sido atendido, Silva teria passado a destratá-la. "Ele disse que lugar de preto é na senzala e que eu não poderia trabalhar no funcionalismo", disse Marília.
Ela registrou boletim de ocorrência no 34º Distrito Policial, que encaminhou o caso para a delegacia de crimes raciais.
A lei 7.716 de janeiro de 89, que define os crimes raciais, prevê prisão de seis meses a um ano para casos de injúria. E de dois a cinco anos para casos de discriminação.
Silva não foi mais encontrado depois do incidente. Segundo seus superiores no Palácio dos Bandeirantes, ele não retornou ao trabalho na tarde de ontem.

Texto Anterior: Presos acusados de usar cabeça em magia negra
Próximo Texto: Governador quer fechar presídio em Porto Alegre
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.