São Paulo, quinta-feira, 2 de março de 1995
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Levar bebida ao restaurante é para poucos

CAROLINA CHAGAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O que fazer com aquela garrafa de Romanée Conti 1978 que você ganhou no último Natal do seu melhor cliente se seus conhecimentos culinários -somados aos de sua cozinheira- não são suficientes para elaborar um menu digno de acompanhá-lo?
Para não deixá-lo mofando na adega, uma solução é degustá-lo na mesa de um dos bons restaurantes da cidade. Nem todos porém aceitam que o cliente leve a bebida para acompanhar a refeição. Antes de sair de casa com uma garrafa de vinho é conveniente ligar para os sommeliers dos restaurantes e explicar o seu problema.
Se o vinho que você levar se tratar mesmo um Romanée Conti, 78 (uma das melhores safras de um dos vinhos mais aplaudidos no mundo), seus problemas estarão resolvidos. Apenas o sommelier do Fasano, nos Jardins (zona oeste de São Paulo), não permite entrada de clientes com bebidas.
"Temos uma adega com mais de 200 tipos de vinhos em condições ideais para o consumo", afirma Manoel Beato, sommelier do Fasano há seis anos. "Podemos nos dar ao luxo de restringir o cliente às nossas opções."
Nos outros restaurantes, vinhos de boa qualidade e ausentes da carta da casa são bem vindos mediante o pagamento da "rolha" —taxa que geralmente corresponde ao preço de uma garrafa de vinho nacional do cardápio.
"Quando montamos uma carta procuramos colocar vinhos para o mais variado tipo de clientes. Por isso, tem de haver regras para não termos prejuízos", afirma Emmanuel Bassoleil dono do restaurante Roanne, também nos Jardins.
Há cinco anos, quando ainda não tinha uma carta sofisticada, Bassoleil permitia a entrada da bebida na casa. "Resolvemos nos aprimorar e criar regras quando começamos a receber clientes trazendo vinhos nacionais."
Presidente da Associação Brasileira dos Amigos do Vinho, Maurice Bibas, costuma levar garrafas de sua coleção para restaurantes. "Nem sempre encontro nas cartas de São Paulo o vinho que considero ideal para o que vou comer."
Segundo Bibas, existem duas boas razões para se levar a bebida de casa para acompanhar a refeição. "Uma carta de vinho muito ruim, ou um vinho muito bom", diz. "Do contrário escolha um bom vinho no cardápio da casa", recomenda (veja algumas sugestões no quadro ao lado).

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