São Paulo, domingo, 5 de março de 1995 |
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EUA terão acesso privilegiado
LUCAS FIGUEIREDO
A SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) não acredita, no entanto, que esses dados venham a ser usados "de forma negativa". A SAE se ampara em três pressupostos: o acesso às informações captadas pelo sistema será limitado, os EUA já sabem o suficiente sobre a Amazônia através de seus satélites e, além disso, são uma "nação amiga". Segundo o subsecretário-executivo da SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos), Archimedes de Castro Faria Filho, a segurança das informações do Sivam está garantida já que uma empresa brasileira, a Esca, será responsável pela manipulação dos dados captados pelo sistema. "A Raytheon vai fornecer e instalar os equipamentos, mas o software (programa de computador) que vai operar os dados será feito por uma empresa brasileira", afirma Faria Filho. Ele admite, no entanto, que durante os trabalhos da Raytheon na Amazônia —que devem durar pelo menos cinco anos— a empresa possa adquirir informações sobre o projeto. "Os EUA já sabem tudo sobre o Brasil e, além do mais, não acredito que eles planejem invadir a Amazônia", afirma Faria Filho. O secretário da SAE no governo Itamar Franco, almirante Mario Cesar Flores, também admite que os EUA terão algum nível de informação sobre o Sivam. "Eles terão acesso, por exemplo, aos sítios onde vão ficar os aparelhos", disse, ressalvando que "ninguém é imune ao vazamento de dados, mas é difícil penetrar no Sivam". Faria Filho concorda que as informações fornecidas pelo Sivam serão cobiçados fora do país. "É claro que os dados do sistema irão gerar conflitos de interesses, como por exemplo sobre reservas minerais", afirma. Texto Anterior: O PROJETO PASSO A PASSO Próximo Texto: Jornal francês aponta brasileiro Índice |
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