| São Paulo, domingo, 5 de março de 1995 |
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SBT transforma pilotos em galãs
ARMANDO ANTENORE
A emissora, que transmite hoje o GP de Miami, não pretende dar um tratamento "frio, meramente técnico" à principal categoria automobilística dos EUA. "A Indy é mais do que uma competição. É um espetáculo. Não adianta nada exibir as corridas sem, antes, ressaltar o lado glamouroso da disputa. Queremos que os telespectadores vejam os pilotos como astros de cinema, como heróis", diz Luciano Callegari Jr., gerente de programação do SBT. Seguindo esta linha de raciocínio, a emissora promete bombardear o público com "fofocas" sobre os bastidores da Indy. Nos telejornais, por exemplo, vai revelar o que os corredores brasileiros fazem fora das pistas, quais as festas que frequentam ou os vinhos que preferem. Vai, ainda, convidá-los para participar de programas não esportivos, como os de Hebe Camargo e Jô Soares. A estratégia começou timidamente há uma semana, mas deve recrudescer nos próximos seis meses —período em que a rede mostrará todas as provas da Indy, sempre aos domingos. A "glamourização" dos pilotos tem como principal alvo as mulheres. Explica-se: tradicionalmente, o SBT dedica as tardes de domingo para Silvio Santos e Gugu Liberato, que agradam mais o público feminino. A Indy tende a "masculinizar" o horário porque, em tese, automobilismo é "divertimento de marmanjo". À emissora, interessa ganhar os homens —desde que não haja uma debandada das mulheres. Daí a idéia de tratar Emerson Fittipaldi e cia. como artistas. "É um jeito de chamar a atenção do público feminino para as provas", conclui Callegari Jr. O tom "hollywoodiano", porém, não predominará durante a transmissão das corridas. O SBT planeja exibir os GPs com "sobriedade" e "informações precisas". Espera, assim, atingir audiências médias de até 15 pontos, índice nunca registrado pela Indy no Brasil. Texto Anterior: Saiba, em dez lições, por que a monotonia não tem vez na Indy Próximo Texto: Público deve se adequar às corridas vespertinas Índice |
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