São Paulo, domingo, 5 de março de 1995 |
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TV é o 'esporte' preferido
MAURICIO STYCER
"No meu xadrez, o programa é assistir novela. Se um perde um capítulo, a regra é contar para o outro no dia seguinte", diz Jonatan, que divide uma cela no pavilhão 2 com outros quatro detentos. "Quando a gente vê, pelo noticiário da TV, um sujeito ser preso, a gente comenta: 'O camarada vacilou, deu mancada, mereceu entrar em cana"', conta. Detido no pavilhão apelidado de "Hotel Jaraguá", por ser o que dispõe de melhores condições e só abriga presos de bom comportamento que trabalham para a administração, Jonatan integra uma espécie de elite da cadeia. Nenhum dos colegas de "quarto" de Jonatan limpa a própria cela. "Nós pagamos para alguém fazer a faxina." Como tudo o mais que é comercializado nas cadeias paulistas, a limpeza da cela é paga em maços de cigarro. Uma semana de faxina custa 25 maços. (MSy) Texto Anterior: Paquerar a mulher do outro em dia de visita é um "crime grave" Próximo Texto: Normas de limpeza são muito rígidas Índice |
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