São Paulo, domingo, 5 de março de 1995
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Estouro do Barings seria impossível no Brasil

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os analistas e operadores ouvidos pela Folha disseram que um estouro das dimensões do Barings seria impossível no Brasil.
O primeiro motivo: o mercado não comportaria tal operação. No Brasil, os derivativos somam US$ 114,3 bilhões, quase um quarto do PIB (Produto Interno Bruto, uma medida da riqueza nacional). A título de exemplo: nos EUA, os derivativos somam dez vezes o PIB.
Os negócios estão concentrados na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) ou na Cetip (um computador que registra as operações feitas com títulos privados no chamado mercado de balcão).
Os analistas lembram ainda que dificilmente um operador teria o grau de autonomia de Leeson. Outros preferem dizer que "esta história está mal contada. É improvável que somente ele montasse operações daquele tamanho sem ninguém soubesse", diz Marco Aurélio Teixeira, superintendente técnico da BM&F.
Resolução do Banco Central, de número 2.139, obrigou os bancos a criar o diretor controlador de risco. E estabeleceu o prazo de junho deste ano, para que os bancos montem sistemas de controle.
A montagem é uma das prioridades da comissão de captação da Febraban (entidade que representa os bancos), segundo seu diretor João César Tourinho. "Nossa maior preocupação é montar sistemas que não inibam o crescimento deste mercado."
A Cetip, diz o superintendente da Andima (Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto), Carlos Souza Neto, prepara o lançamento de mais quatro contratos de derivativos para a segunda quinzena deste mês.
(JCO)

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