São Paulo, domingo, 5 de março de 1995
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Empresas retomam incentivos e benefícios

DENISE CHRISPIM MARIN
DA REPORTAGEM LOCAL

Incentivos e benefícios voltam a fazer parte da estratégia de muitas empresas, depois de abandonados nos últimos cinco anos.
Retomam com o objetivo de elevar o moral dos funcionários, estimulá-los à maior carga de trabalho e reforçar salários indiretos.
Pesquisa da operadora de viagens Bel Air com 45 empresas líderes em seus setores mostra que 36 delas experimentaram algum tipo de plano de incentivo. Desse total, 60,4% avaliaram a iniciativa como "inteiramente positiva".
Os incentivos fazem parte da estratégia de algumas empresas para atingir metas: aumento do faturamento, melhoria da qualidade dos produtos ou serviços e conquista de novos mercados.
A adesão do conjunto de funcionários envolvidos, a motivação e a cota de trabalho extra são compensadas com a possibilidade de premiação. Ou seja, a empresa acena com quantias em dinheiro, eletrodomésticos e até viagens.
Estudos da Society of Incentive Travel Executives, dos EUA, mostram que um funcionário demora oito anos para esquecer uma viagem que ganhou como prêmio.
Em geral, a premiação não é registrada como um custo fixo a mais para a empresa. Representa um percentual do total obtido com os resultados projetados —e não ultrapassa 30% desse valor.
É, portanto, autofinanciada. "Trata-se de uma ferramenta capitalista", diz Anete Schonenberg, 30, gerente da Incentive House (empresa do Grupo Ticket especializada em programas de incentivo).
Os benefícios concedidos espontaneamente —como assistência médica, carro e seguro de vida— não podem ser eliminados de uma hora para outra, de acordo com as oscilações no faturamento.
Uma vez oferecidos reiteradas vezes, os benefícios tendem a ser incorporados aos salários. E a remuneração, no Brasil, é sagrada —a lei trabalhista não permite reduções nos contracheques.
Dessa forma, os benefícios sofrem incidência de encargos sociais. Há duas exceções: o plano empresa de saúde e o programa de alimentação do trabalhador.
Diferenciados por níveis hierárquicos, os benefícios também foram reavaliados por empresas que quebraram o modelo de produção em série. "A tendência é de flexibilizá-los conforme a contribuição da equipe", diz Vicente Picarelli Filho, 46, sócio-diretor da Coopers & Lybrand Consultores.

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