São Paulo, domingo, 5 de março de 1995
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Ruth fica de avó, mas Hillary comparece

CLÓVIS ROSSI
DO ENVIADO ESPECIAL

Ruth Cardoso, a mulher do presidente Fernando Henrique e presidente do programa Comunidade Solidária, preferiu o papel de avó ao de ativista social.
Porque nasceu sua quinta neta, Ruth preferiu não vir a Copenhague para a Cúpula sobre o Desenvolvimento Social ou para o paralelo Fórum-95, embora faça parte de uma ONG que está representada na Dinamarca.
Perde-se, com isso, a chance de uma comparação de estilos, por exemplo, entre ela e a primeira-dama dos Estados Unidos, Hillary Rodham Clinton.
Durante a campanha eleitoral brasileira e depois da vitória de FHC, houve quem supusesse que Ruth Cardoso desempenharia no governo um papel tão ativo quanto o de Hillary.
Pois Hillary virá a Copenhague, para falar, na terça-feira, no Fórum-95 —emergindo de um ostracismo que já dura cinco meses, desde a derrota no Congresso de seu programa para a reforma do sistema governamental de saúde norte-americano.
Já o governo brasileiro preferiu escalar um ministro, Paulo Renato Souza, da Educação, que chega somente na quinta-feira.
É uma maneira de enfatizar a prioridade destinada à educação, já definida internamente pelo governo FHC.
O presidente instruiu o Itamaraty para que educação figurasse como um dos compromissos da Cúpula (são nove, até agora, e a educação seria o décimo, conforme a Folha já antecipou domingo passado).
A questão educacional permeia todo o documento final, mas não há um compromisso dedicado especificamente a ela.
O encontro de Copenhague divide-se, na prática, em três partes. Na sexta-feira começou o Fórum-95, um conglomerado de eventos promovidos pelas ONGs.
Amanhã inicia-se a Cúpula, mas com a participação apenas dos ministros representantes de cada país.
Só nos dias 10 a 12 é que os chefes de Estado ou governo (cerca de 120) comparecerão às reuniões finais e à solenidade de assinatura de dois documentos.
Um é a declaração de princípios e, o outro, o Programa de Ação —considerado o mais importante, porque contém os nove compromissos já definidos e, eventualmente, o décimo, desejado pelo governo brasileiro.
(CR)

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