São Paulo, domingo, 5 de março de 1995 |
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Camponês ameaça 'invadir' cidade chinesa
JAIME SPITZCOVSKY
O avanço dos camponeses sobre as cidades aparece como um dos principais desafios para o governo chinês na transição de uma sociedade comunista e agrária para uma capitalista e industrializada. O fim das comunas agrícolas, fazendas coletivas do maoísmo, deixou um exército de trabalhadores rurais desempregados. Em fevereiro, o Partido Comunista fez circular entre seus dirigentes um documento alertando para a tensão no campo. O fosso entre a renda média de trabalhadores rurais e urbanos continua a crescer, informa o South China Morning Post, jornal de mais prestígio em Hong Kong. A proporção entre a renda média rural-urbana era 1:1,71 em 1984, quando as reformas capitalistas apenas engrenavam. Em 1993, o índice passou a 1:2,39 e no ano passado fechou em 1:2,55. Camponeses se vêem atraídos pelos neons das grandes cidades da região litorânea, onde as reformas saltam numa velocidade mais acelerada do que no interior do país. No mês passado, o Ministério do Trabalho pediu a todas as entidades envolvidas na contratação de mão-de-obra que organizem o fluxo de migrantes para que ele aconteça de forma ordeira. O Partido Comunista se preocupa com a ameaça que vem do campo. E, ironicamente, Mao Tse-tung, o fundador da China comunista, pregava a revolução impulsionada pelos camponeses. Texto Anterior: Comunistas tomaram o poder, diz Berlusconi; Jornalista assassinado é enterrado em Moscou; Palestino é degolado no litoral da Argélia; Juiz multa advogados de defesa de Simpson Próximo Texto: Agricultor prefere ser vigia em Pequim ao campo Índice |
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