São Paulo, domingo, 5 de março de 1995 |
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Movimento é mais forte do lado espanhol
ANDRÉ FONTENELLE
A relação entre os grupos na França e na Espanha —ou, na nomenclatura dos bascos, no "País Basco Norte" e no "País Basco Sul"— sempre foi complexa. Durante a década de 80, quando vários separatistas bascos se refugiaram na França, a ETA preferia manter um movimento nacionalista mais "silencioso" em território francês. No entanto, os dois lados acabaram se aproximando com o aumento da repressão registrado no lado francês. Este grupo, supostamente a mando do governo socialista espanhol, assassinou pelo menos 28 refugiados bascos na França, nos anos 80. Ao mesmo tempo, o governo socialista francês, de comum acordo com os espanhóis, endureceu sua política de repressão aos separatistas, prendendo-os e aceitando extraditá-los para a Espanha. Haveria cerca de uma centena de nacionalistas presos na França. Na França, o principal movimento terrorista foi o Iparretarrak ("Os do Norte"), responsável por mais de 50 atentados entre os anos de 1973 e 1988. O grupo praticamente desapareceu com a prisão de seu líder, Philippe Bidart, em 1988. Hoje, entre os principais movimentos políticos do lado francês, figura o EMA (Ezkerreko Mugimendu Abertzala, Movimento Patriótico de Esquerda). Nas eleições legislativas francesas de 1988, o EMA liderou uma coalizão que obteve mais de 5% dos votos. "O país basco é o local onde há mais insubmissão na Europa", opina Jean-Philippe Casabonne, basco francês membro do grupo espanhol Herri Batasuna (Unidade do Povo). (AFt) Texto Anterior: Esquerda basca procura vencer fronteira Índice |
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