São Paulo, domingo, 5 de março de 1995
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Desesperados usam TV para pedir ajuda

IVAN FINOTTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pedir ajuda pela TV é a forma desesperada que muitos encontram quando não têm mais a quem recorrer. O "Jô Soares Onze e Meia", que volta amanhã das férias (leia texto ao lado), recebe cerca de 20 pedidos de ajuda por semana. Os resultados são diversos.
Maria Francisca de Souza coordena campanha em São Carlos para instalar uma prótese no braço de Marcia Regina. Francisca diz ter mandado 158 cartas para a "Porta da Esperança", do SBT, além de algumas dezenas para Jô, Hebe Camargo, Celso Russomano e Wagner Montes.
Quando Jô leu a carta, a campanha já havia começado há seis meses e arrecado R$ 3 mil. Nos dois meses seguintes à leitura, juntou mais R$ 3.600.
O menino Wênio Silva, 5, de Brasília, sofreu queimaduras e precisa de várias cirurgias. A procuradora geral do Distrito Federal, Alda Nogueira, se responsabilizou pela campanha e mandou o fax a Jô.
A leitura fez o número de doações mensais pular de 100 para 400. Só na semana seguinte, a conta recebeu R$ 2.500.
Nos casos de transplante, alcançar bons resultados é bem mais difícil, pois o dinheiro necessário é maior.
Maria da Penha da Silva diz precisar de cerca de R$ 600 mil para que seu filho faça um transplante de fígado. Mesmo após a leitura de seu fax, garante não ter recebido nada.
Muitas vezes a ajuda vem sob a forma de médicos que se dispõem a cuidar do caso gratuitamente.
Os produtores do "Jô" responsáveis pelo recebimento e seleção dos fax são Max Nunes e Hilton Marques. "As pessoas que nos procuram já estão desesperadas. Procuramos atender a todos na medida do possível", diz Marques.
Ele lembra uma frase que Jô costuma dizer sobre o assunto: "o brasileiro dificilmente encontra ajuda em entidades. Quem o ajuda é o próprio brasileiro".

O fax do programa "Jô Soares Onze e Meia" é (011) 872-4680.

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