São Paulo, terça-feira, 7 de março de 1995
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Ximenes agora fala em abrir agências

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do BB (Banco do Brasil), Paulo Cesar Ximenes, 51, disse ontem que a meta do banco é "crescer, parar de falar em demissão e até aumentar o número de agências".
Ximenes quer substituir a expressão "enxugamento" por "otimização" das agências. Em 16 de fevereiro, quando tomou posse, ele anunciou que fecharia agências deficitárias.
A nova política do banco ficou clara durante a posse, ontem, do superintendente no Rio, Sócrates Balga Mendes Júnior, 45. Ele prometeu "fazer tudo para abrir agências no Estado".
O superintendente disse que o BB fará investimentos em tecnologia para diminuir as filas e concorrer com instituições privadas na captação de clientes.
"Não vamos brigar, vamos ganhar", disse Mendes. Ele afirmou que sua meta é levar o Rio à liderança em receita global do banco. O Estado está em segundo lugar.
Outro objetivo de sua gestão, diz, é colocar o BB intermediando negociações entre produtores rurais e empresas compradoras.
"Afastamos o atravessador, aumentamos a receita do empresário e reduzimos o custo dos produtos", afirmou. Ele nomeou quatro superintendentes regionais para agilizar as decisões.
Segundo o superintendente, o banco vai se esforçar para tornar superavitárias agências que dão prejuízo. "Posso até transferir, mas não fechar agências."
Ele disse que apostar no crescimento do banco é uma decisão da presidência do BB e não apenas da superintendência no Rio.
"Vamos modernizar, aproximar do cliente para procurar novos negócios e expandir a atuação do banco", afirmou Ximenes.
"Vamos reforçar a estrutura negocial e competitiva do banco, desenvolver produtos que vão ao encontro das necessidades do cliente", disse Sócrates Mendes.
O governador Marcello Alencar (PSDB) esteve na posse, no Centro Cultural Banco do Brasil (centro). Ximenes e Mendes disseram que o Rio tem prioridade nos investimentos do banco.
O superintendente disse que tem "carta branca" para comprar equipamentos de atendimento automático para diminuir as filas e liberar funcionários para funções "mais nobres, de correr atrás de clientes e negócios".

O maranhense Sócrates Mendes citou ontem seus 125 quilos de peso para ilustrar sua rejeição à idéia de demissões e fechamentos de agências.
"Nunca fui um cara de encolher, podem ver pelo meu tamanho. Não gosto de fazer dieta. Todo gordo que faz dieta é infeliz", afirmou após a posse.
Mendes ganhou o cargo depois de passar quase três anos na gerência da agência do Banco do Brasil em Tóquio, a primeira no exterior a implantar o método "qualidade total" de gerenciamento.
Mendes, ao defender o crescimento do banco, declarou que vai buscar recursos e clientes porque trabalha "não para um banco público, mas para uma empresa".

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