São Paulo, terça-feira, 7 de março de 1995
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Ministro quer exame extra em áreas 'vitais'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em tom de brincadeira, o ministro da Educação, Paulo Renato de Souza, propôs ontem que estudantes que estejam se formando em economia só recebam seus diplomas após comprovar seus conhecimentos em exame.
A justificativa é de que tal exame deveria ser aplicado a todas as áreas "em que as pessoas morrem". Segundo o ministro, "economia está matando muita gente".
O exame obrigatório para os formados continua a ser estudado seriamente pelo governo. As tais áreas "onde as pessoas morrem", segundo Souza, são medicina física e mental e as engenharias estruturais (que envolvem edificações).
Os estudantes de economia e demais cursos seriam submetidos a um exame obrigatório mas que serviria apenas para o governo avaliar a qualidade do ensino.
A proposta do ministro é "fazer a avaliação dos alunos para avaliar as escolas". O resultado é que o governo poderá interferir e até mesmo fechar escolas que não ofereçam boas condições de ensino.

MP
Os deputados Ricardo Gomyde (PC do B-PR) e Lindberg Farias (PC do B-RJ), ex-dirigentes da UNE (União Nacional dos Estudantes), vão tentar modificar a medida provisória do governo que trata das mensalidades escolares. A emenda à MP (projeto de conversão) será apresentada hoje.
Os deputados também recorreram ontem ao Supremo Tribunal Federal contra a MP com uma ação direta de inconstitucionalidade. No recurso pedem que o STF derrube os artigos que permitem aumentos acima da inflação.
Hoje, eles devem apresentar um requerimento pedindo a convocação do ministro Paulo Renato e do secretário de acompanhamento de preços, Milton Dallari, para explicarem o reajuste das mensalidades na comissão de Educação.
Na sexta-feira passada, o presidente da Comissão de Educação da Câmara, Severiano Alves (PDT-BA), já anunciara a convocação do ministro da Educação.
Farias prevê a realização de passeatas e greves estudantis caso o reajuste seja mantido nos termos da MP.

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