São Paulo, quinta-feira, 9 de março de 1995
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TRT julga greve de Santos não-abusiva

DA REPORTAGEM LOCAL E DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Em assembléia que terminou ontem às 21h30, os funcionários do setor administrativo da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo) decidiram acabar com a greve iniciada na última segunda feira. Eles voltam ao trabalho às 7h de hoje.
A decisão, "tomada por 80% dos 700 participantes da assembléia", segundo o diretor Alberto Henrigues, 50, não cumpre integralmente a determinação do TRT (Tribunal Regional do Trabalho).
O TRT decidiu ontem, por seis votos a quatro, que a greve dos 2.600 funcionários não é abusiva.
Os trabalhadores reivindicam aumento de 26,05% referentes à URP (Unidade de Referência de Preços) que deixou de ser incorporada aos salários em fevereiro de 89 (Plano Verão).
Em 92 o Tribunal Superior do Trabalho deu ganho de causa aos trabalhadores. Cálculos preliminares indicam que os trabalhadores têm R$ 152 milhões a receber.
O TRT também decidiu, por oito a dois, que o pagamento da URV será feito após a conclusão dos cálculos por um perito nomeado pela Junta de Conciliação de Santos.
Além disso foi decidido, por sete a três, que os trabalhadores deveriam retornar ao trabalho ontem às 22h para evitar mais prejuízos. A decisão do TRT determina ainda estabilidade de 60 dias e que a Codesp pague os dias parados.
Com os três dias de paralisação total do porto santista, mais de 200 mil toneladas de cargas diversas estão paradas nos armazéns.
A Codesp avalia ter deixado de arrecadar R$ 3,6 milhões em taxas. Segundo o Ministério da Agricultura, mais de 120 toneladas de produtos perecíveis (frutas) correm risco de apodrecer. Ontem, 36 navios estavam atracados em Santos. Na barra, aguardando vaga, estavam outros 27 navios.

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