São Paulo, quinta-feira, 9 de março de 1995 |
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Gerente é preso por crime contra economia
MARCELO GODOY; ANTONIO ROCHA FILHO
Horemann não quis dar entrevista. O gerente administrativo da empresa, Valter Marques, 42, afirmou que tudo não passa de um mal-entendido que será esclarecido (leia texto ao lado). A acusação contra a Roque e Seabra é de fazer uma afirmação falsa ao promover a venda de um apartamento de dois quartos e 58 m2 no Piqueri (zona norte). A denúncia foi feita pelos bancários Márcia Simoni, 23, e Marcos José da Silva, 26. Eles compraram o imóvel por R$ 49 mil em 21 de janeiro passado. Disseram que usaram quatro cheques (totalizando R$ 5.460,00) que seriam descontados em 15 de fevereiro para o pagamento da entrada. "Após o dia 15, só dois cheques haviam sido descontados. Estranhos e procuramos a Roque Seabra", disse Silva. Segundo ele, a empresa lhes informou de que não poderiam ter vendido o apartamento que eles compraram. "Eles disseram que aquela unidade, o apartamento 34, era da construtora e nos ofereceram o apartamento 83, só que teríamos que pagar R$ 1.000 a mais, pois, senão, o negócio seria desfeito" afirmou Silva. Os dois procuraram ontem de manhã a 2ª Delegacia de Crimes Contra a Economia Popular do Decon (Departamento Estadual de Polícia do Consumidor). Segundo o delegado João Miziara Filho, 44, um investigador ligou para a empresa a fim de tentar um acordo entre os clientes e a Roque e Seabra. "A empresa se manteve irredutível. Fizemos o flagrante", afirmou. A lei prevê uma pena de prisão de 1 a 4 anos para esses casos. O gerente de vendas da empresa terá que ficar preso, pois o crime é inafiançável. Por ter diploma de curso superior —Horemann é formado em direito—, ele ficará uma cela especial no 91º DP. A Roque e Seabra é a quinta grande empresa autuada pelo Decon nas três últimas semanas. A primeira foi a Citro‰n. Em seguida foram autuadas a representante da Renault no Brasil e a revendedoras de carros Souza Ramos e Milano. Texto Anterior: Resistência ao planejamento Próximo Texto: Advogado vê arbitrariedade Índice |
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