São Paulo, quinta-feira, 9 de março de 1995
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Ônibus deve subir para R$ 0,65 em maio

DA REPORTAGEM LOCAL

Ônibus deve subir para R$ 0,65 em maio
O secretário municipal dos Transportes de São Paulo, Walter Coronado Antunes, disse ontem que a passagem de ônibus deve subir dos atuais R$ 0,50 para R$ 0,65 a partir de 1º de maio.
O reajuste será de 30%. O IPC-r (índice de Preços ao Consumidor em real) acumulado entre julho de 1994 e abril de 1995, segundo projeções do mercado, deve ficar entre 31% e 32%.
Antunes afirmou que a decisão final sobre o aumento será do prefeito Paulo Maluf.
Segundo o secretário, o item de maior peso na planilha de custos da tarifa de ônibus é a mão-de-obra (60%).
Em maio, mês da data-base dos motoristas e cobradores, a categoria deve ter reposição salarial equivalente, no mínimo, ao IPC-r acumulado.
O aumento salarial, de acordo com o secretário, justificaria o reajuste na tarifa.
Desde julho de 1994, a categoria teve 5% de abono. Antes da data-base, os empresários se comprometeram a pagar mais 8% e 5%, também a título de abono.
Isto será descontado, segundo os empresários do setor, quando da negociação do novo acordo coletivo dos cerca de 50 mil motoristas e cobradores.

Custos
O reflexo da reposição integral da inflação nos salários dos motoristas e cobradores - caso o IPC-r fique mesmo próximo dos 30% - seria de 18% sobre a tarifa.
Para se chegar a esse número, é preciso ponderar o aumento do insumo mão-de-obra - 60% de 30% é igual a 18%.
Além de mão-de-obra, compõem a planilha de custos das empresas de ônibus os itens combustível, lubrificantes, peças de reposição, remuneração do capital e taxa de administração.
Não houve pressão de custos no item combustível desde a implantação do Plano Real. Os custos de remuneração de capital e taxa de administração são fixos.
O secretário informou ainda que o número de passageiros transportados pela frota de aproximadamente 10 mil ônibus saltou de 5.474.376 em julho de 94 para 6.473.474 passageiros em fevereiro de 95. Isto equivale a um ganho de produtividade de 18,25%.
Se a secretaria decidisse repassar para os passageiros este ganho de produtividade, o aumento da tarifa seria inferior ao anunciado ontem pelo secretário.
Em 94, o prefeito Paulo Maluf reviu o aumento da passagem a pedido do então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso. FHC argumentou, na oportunidade, que a tarifa de ônibus de São Paulo tem peso no cálculo da inflação. Maluf aceitou o argumento.

CMTC
Ontem, os acionistas da CMTC decidiram mudar a razão social (nome) da empresa para São Paulo Transportes, S/A.

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