São Paulo, quinta-feira, 9 de março de 1995
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Casal faz pacto de morte e se enforca

DA FT E DO NP

O pedreiro Osmar João dos Santos, 34, e sua mulher, Rosângela Fidélis da Silva, 15, fizeram um pacto de morte e se enforcaram em Guarulhos (Grande SP). Rosângela estava grávida de cinco meses.
Segundo vizinhos, o casal decidiu se matar porque Rosângela teria sido estuprada pelo pai, José Fidélis da Silva, que poderia ser o pai do bebê. Silva, 47, nega a acusação (leia texto ao lado).
Os corpos foram encontrados na noite de anteontem, na casa onde vivia o casal, na rua Carpina, 74, no Recreio São Jorge, bairro da periferia de Guarulhos.
Eles estavam pendurados pelo pescoço em uma corda que passava por uma viga de madeira próxima ao teto. Estavam de frente um para o outro, com os braços demonstrando que o casal teria se abraçado antes de morrer.
Foi encontrada uma carta do casal, informando que a decisão de se matar estaria gravada em uma fita. Segundo a polícia, a gravação revela que o principal motivo foi a reprovação da família.
Santos teria afirmado na gravação estava sendo ameaçado de morte por quatro pessoas, entre elas o pai de Rosângela. Em 94 Silva havia registrado queixa contra o pedreiro por seduzir sua filha.
A fita revelaria ainda dúvidas de Santos sobre a paternidade do bebê. Segundo a polícia, Rosângela havia registrado queixa contra seu pai havia dez dias, acusando-o de tê-la estuprado.
O casal vivia junto havia sete meses. Segundo vizinhos, eram pacatos e raramente saíam da casa onde moravam, feita em alvenaria e com um só cômodo.
Antes de conhecer Santos, Rosângela morava com o pai e mais seis irmãos na casa da rua Carpina. Quando Rosângela ficou grávida, Silva se mudou com os filhos para outra casa no mesmo bairro.
A dona-de-casa Severina Conceição, 68, vizinha do casal, afirmou que os dois eram muito apaixonados, mas que Santos era muito ciumento e batia na mulher. Severina disse ainda que Rosângela teria se lamentando porque não sabia quem era o pai da criança.
José Joaquim Alves, 45, um dos poucos amigos do casal, afirma o contrário. Segundo Alves, nunca haviam brigado ou discutido. "Viviam um para o outro", diz.

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