São Paulo, quinta-feira, 9 de março de 1995
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Argentina estuda novas medidas para salvar bancos

SÔNIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

O presidente Carlos Menem pediu ontem aos argentinos para "não guardar o dinheiro debaixo do colchão". Ele pediu que os poupadores não retirem recursos aplicados no sistema financeiro.
O ministro da Economia, Domingo Cavallo, passou todo o dia de ontem reunido com sua assessoria, discutindo a falta de recursos no sistema bancário.
Ele deverá solicitar um empréstimo de US$ 1,5 bilhão aos bancos internacionais para socorrer as instituições com dificuldades de pagar os compromissos em dia.
Como garantia ao financiamento, Cavallo ofereceria as ações do Estado na YPF (Yacimientos Petrolíferos Fiscales), empresa petrolífera privatizada há três anos.
Outra alternativa de Cavallo é obter o empréstimo junto ao governo norte-americano ou usar a pressão dos Estados Unidos para que o FMI (Fundo Monetário Internacional) libere um crédito emergencial de US$ 2 bilhões.
Preocupado com a saída de quase US$ 4 bilhões da rede bancária entre 20 de dezembro e 1º de março, Menem solicitou que os argentinos continuem fazendo investimentos em pesos e evitassem consumir desenfreadamente.
Houve um aumento da procura por dólares. O Banco Central estuda autorizar aplicações de curtíssimo prazo (sete dias) para tentar reduzir a fuga dos investidores.
Os principais dirigentes de bancos, indústria e agricultura, que formam o chamado "grupo dos oito", propuseram a Cavallo novo pacote de medidas contra a crise.

Aposentados
A crise alcançou o sistema de seguridade social. O Ministério da Economia não está repassando verbas para hospitais e clínicas privadas que atendem 2 milhões de pensionistas e aposentados em todo o país. Hospitais de sete províncias, incluindo a de Buenos Aires, ameaçaram ontem paralisar o atendimento aos pensionistas.

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