São Paulo, quinta-feira, 9 de março de 1995
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Desorganização

CARLOS SARLI

Crupiê perde feio. O calendário de eventos da ASP (Association of surfing Professionals) é mais embaralhado do que as cartas nos cassinos de Las Vegas. Adiamentos e cancelamentos rolam solto todos os anos. Sem prévio aviso, as datas mudam deixando surfistas e pessoas interessadas na mão.
Muito papel, tinta e fax são gastos pela associação tentando corrigir as informações, que nem sempre chegam a tempo. Só para citar um exemplo, lembro a etapa do WQS, programada para o Vietnã no ano passado, que foi cancelada quando muito gente já estava de bilhete comprado. Em que pese a irresponsabilidade de empresários/patrocinadores, que muitas vezes preferem a pequena multa a ter que concretizar o compromisso assumido, a ASP deve encontrar uma maneira de evitar estas surpresas, ou ao menos comunicá-las com mais antecedência.
O Brasil já foi bom nisso. Começava o ano com diversas etapas programadas para a divisão de acesso e ao longo dos meses os patrocinadores iam pulando fora, para o desespero dos surfistas que buscavam uma vaga na divisão principal.
Ano passado, no entanto, demos exemplo. O WQS teve no Brasil o maior número de etapas válidas para o ranking, 11, e a maior quantidade de dólares distribuídos, US$ 240 mil. Para este ano o bolo cresceu ainda mais. Isso sem falar da etapa do WCT no Rio, que acontece na reta de chegada do tour, embora tenha deixado de ser a penúltima com a inclusão da etapa australiana após o Havaí.
Bem, se adiamentos e cancelamentos são comuns, me surpreendi com uma antecipação. Estava de viagem marcada para os Estados Unidos. Chequei o calendário e havia uma etapa do WQS para conferir no período em que estaria lá. Programei minha viagem, que incluía uma visita a San Francisco, pouco mais de uma hora de Santa Cruz, onde no último fim-de-semana, segundo o calendário da ASP, rolaria o "The Billabong".
Um dia antes de embarcar, recebi o resultado do evento. A etapa tinha sido antecipada uma semana. Se tivesse saído um dia antes do Brasil, teria ficado de "laranja", procurando um campeonato que terminara sete dias antes.
O leitor deve estar pensando: so what? Que grande perda deixar de acompanhar uma etapa do WQS na Califórnia. E tem razão. Estou a caminho de Squaw Valley, Kale Tahoe, Califórnia, para tentar a sorte no snowboard.

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