São Paulo, quinta-feira, 9 de março de 1995
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Hong Kong dá lições de sobrevivência

RICARDO CALIL
DA REDAÇÃO

Hoje, apenas duas cinematografias no mundo podem concorrer, de igual para igual, com produções norte-americanas em seus mercados locais: a indiana e a do Sudeste Asiático.
No caso da Índia, as barreiras culturais (linguísticas e religiosas, principalmente) impedem o avanço dos filmes americanos. Em Hong Kong e Taiwan (e Filipinas, Indonésia e Singapura, em menor grau), a disputa ocorre nos termos da livre concorrência.
Esses países efetivaram uma indústria forte, profissional e competitiva, baseada em modelo hollywoodiano, voltada para o cinema comercial e que preza a técnica antes da arte.
Na prática, isso representa uma enxurrada de comédias e filmes de kung fu de qualidade duvidosa e com pequenas variações.
Às vezes sobra espaço para produções como "Comer, Beber, Viver" (Taiwan), de Ang Lee, filme "de arte" em cartaz em São Paulo. Mas o interesse do público local por esse tipo de produção é menor do que no Ocidente.
Apesar da concorrência, produtores e exibidores norte-americanos vêem grandes possibilidades de negócios no Sudeste Asiático, terceiro mercado estrangeiro mais importante no mundo, atrás de Europa e Japão.
A prova mais contundente desse interesse são os investimentos de grupos americanos na construção de cinemas no Sudeste Asiático. O consórcio Smile, formado por sócios da Málasia, Xangai e Estados Unidos, investiu US$ 60 milhões para abrir novas salas de cinema na região em 1994.
Os investimentos são baseados em números que apontam um mercado inflacionário. Em poucos anos, os gastos per capita em cinema passaram de US$ 0,30 para US$ 1 em Hong Kong.
O valor está distante, por exemplo, do US$ 1,88 arrecadado em 1994 no Reino Unido, mas é considerado animador por investidores norte-americanos. (RC)

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