São Paulo, quinta-feira, 9 de março de 1995 |
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Os homens preferem a morena
INÁCIO ARAUJO
Teoricamente, as coisas deveriam se passar de outra forma. Atriz que estreou em papéis principais direto em "Sindicato de Ladrões" (Elia Kazan), foi a loira de "Intriga Internacional" (Hitchcock), Eva parecia ter o problema central das atrizes realistas americanas: inspiram pouco a fantasia masculina. Exemplos paralelos: Carroll Baker, Lee Remick —ambas atrizes brilhantes, que nunca chegaram ao primeiríssimo time. É verdade que em "Sindicato" ela já tinha 30 anos. Mas isso não parece central na história. Seu tipo evoca a calma um pouco enfadonha. Liz Taylor, ao contrário, lembra tempestade, conflito, bate-boca. Em "Adeus às Ilusões", Eva é a mulher de um professor que se bandeia para Liz Taylor. Verdade que o professor é Richard Burton, mas isso é um detalhe da história. Outros que não Burton já encostaram a loira em favor da morena, oito anos mais nova do que Eva. No mais, Liz tem as qualidades típicas da superestrela, a começar de seus caprichos e da vida pessoal atribulada. Para completar, é também uma atriz notável que, mesmo nos filmes mais realistas que fez, tinha a capacidade de levar o espectador ao sonho. No fundo, o papel-chave de sua carreira é mesmo Cleópatra, a egípcia enigmática. Eva Marie Saint fica para a história como a garota exemplar de "Sindicato de Ladrões". Exemplar, notável, mas cotidiana e excessivamente sensata para alimentar um sonho. Sonho que é o prato de resistência de Hollywood, como se sabe.(IA) Texto Anterior: Povo adverte: Maluf faz mal à saúde! Próximo Texto: Milão reinventa glamour do retrô à moda italiana Índice |
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