São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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Música e desenhos levaram garoto à cúpula


"Sabia que o Saul ia aprontar alguma em Copenhague. Ele é muito esperto ", disse ontem à Folha o coordenador do projeto Rodar, Jorge Rodrigues, 34.
Saul Vicente do Amaral, 14, menino de rua em Nova Iguaçu (município da Baixada Fluminense), é assistido pelo projeto há cerca de quatro anos. O Rodar, projeto financiado pela ONG Instituto Brasileiro de Inovação em Saúde Social (Ibiss), tenta retirar meninos das ruas.
A história da ida de Saul para Copenhague começou com uma visita de técnicos da Unesco ao projeto Rodar em novembro. Um filme mostrando as atividades do grupo foi feito.
Saul se destacou, mostrando para os técnicos as músicas que compunha e os desenhos que fazia. Sua conversa o fez ser convidado para a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Social.
"Ele sabe ler e escrever, apesar de pouco ter ido à escola e não ter completado nem a primeira série", disse Rodrigues.
Saul é o terceiro filho de uma família de dez irmãos. De acordo com o coordenador do projeto, sua mãe apresenta desequilíbrios mentais e o pai é alcoólatra.
A família mora numa favela em Nova Iguaçu. A pobreza levou Saul para as ruas. Ele visita a família, mas não dorme em casa.
O projeto assiste também a família de Saul. Hoje eles recebem do Rodar uma cesta básica. O projeto conseguiu um emprego para o irmão mais velho de Saul, que deixou as ruas.
Até poucas semanas, Saul trabalhava no Rodar fazendo agendas e sacolas de papel reciclado. Pelas quatro horas diárias de trabalho, ganhava meio salário mínimo.
"A mãe dele brigou e disse que o filho estava sendo explorado. Ele ficou irritado e foi embora", disse o coordenador do projeto.
Saul está acompanhado por um educador do projeto, Lúcio Flávio do Nascimento, em sua viagem.

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