São Paulo, quinta-feira, 9 de março de 1995
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EUA acham novas contas de Massieu

FLAVIO CASTELLOTTI
DA CIDADE DO MÉXICO

Acionada pela Procuradoria Geral da República do México, a Receita norte-americana descobriu novas contas em nome de Mario Ruiz Massieu, no valor de US$ 6,5 milhões, nos Estados Unidos.
O valor total das contas nos EUA do ex-subprocurador mexicano já chega a US$ 13,5 milhões.
Segunda-feira, a Procuradoria havia descoberto US$ 7 milhões depositados em nome de Ruiz no Texas Commerce Bank (Houston).
Ainda não foram divulgados os bancos em que estão depositados os US$ 6,5 milhões restantes.
A Procuradoria mexicana já solicitou às autoridades dos Estados Unidos o congelamento das contas de Ruiz no país.
Ruiz foi preso na sexta-feira no aeroporto de Newark, Estado norte-americano de Nova Jersey (costa leste do país), quando pretendia embarcar para Madri, com cerca de US$ 48 mil.
Segundo a lei de divisas dos EUA, todo passageiro com mais de US$ 10 mil deve declarar a quantia exata de dinheiro que porta. Ruiz só declarou US$ 18 mil.
Caso seja extraditado para o México, Ruiz terá de responder agora a mais um inquérito: o de enriquecimento ilícito.
O pedido de extradição de Ruiz foi enviado no domingo ao Departamento de Estado norte-americano pelo governo mexicano.
Pesam sobre ele acusações de ter desviado o curso das investigações da morte de seu irmão, José Francisco Ruiz Massieu, ex-secretário geral do PRI (Partido Revolucionário Institucional), ocorrida em setembro do ano passado.
Ruiz teria feito uso de seu cargo para influenciar o curso do inquérito, deixando de fora o nome de Raúl Salinas, irmão do ex-presidente mexicano Carlos Salinas. Mario Ruiz Massieu era subprocurador-geral da República no governo Salinas.
Raúl foi indiciado formalmente na segunda-feira pela Justiça mexicana. Ele é acusado de ser um dos mandantes do crime.
A sentença de Ruiz será divulgada no próximo dia 14 pelo juiz norte-americano Ronald Hedges.
Ele pode ser punido com cinco anos de detenção nos EUA e/ou multa de US$ 250 mil. O juiz norte-americano julgará também o pedido de extradição.
O porta-voz da Procuradoria mexicana confirmou que Ruiz pediu asilo político aos EUA, alegando que o governo mexicano o persegue por questões alheias ao assassinato de seu irmão.
Para evitar um possível atentado, Ruiz foi transferido para a área de segurança máxima do Metropolitan Correctional Center, prisão federal de Nova York.
Na cela ao lado estão os terroristas do grupo fundamentalista islâmico que praticaram o atentado contra o World Trade Center de Nova York em 1993.

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