São Paulo, quinta-feira, 9 de março de 1995
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Dois americanos são mortos no Paquistão

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Dois funcionários norte-americanos do consulado dos EUA em Karachi foram assassinados ontem pela manhã por desconhecidos.
Um terceiro empregado, também norte-americano, ficou ferido num dos primeiros ataques contra estrangeiros na capital comercial do Paquistão.
O técnico em comunicações Gary Durell morreu imediatamente e a secretária Jackie van Landingham, algumas horas depois.
A terceira vítima, Mark McCoy, encarregado da correspondência, está "com ferimentos menos graves e em condição estável", informou a embaixada norte-americana em Islamabad.
O presidente dos EUA, Bill Clinton, condenou os assassinatos, mas, segundo um porta-voz, não deve alterar os planos de viagem da primeira-dama Hillary Clinton ao Paquistão ainda este mês.
As razões e as identidades dos assassinos são desconhecidas. A Casa Branca informou que os EUA vão ajudar nas buscas.
Nota do governo paquistanês afirma que o ataque foi um ato terrorista cruel que merece "a mais severa condenação".
A primeira-ministra Benazir Bhutto disse estar "profundamente entristecida e preocupada pelo ato de violência" em Karachi.
Sua mãe, Nusrat, importante figura da política paquistanesa, ligou o atentado à extradição de Ramzi Ahmed Yousef para os EUA no mês passado.
Yousef está sendo processado sob a acusação de organizar o atentado contra o World Trade Center, de Nova York, em 1993.
Ele foi preso em Islamabad em 7 de fevereiro, dois dias depois de chegar de Bancoc utilizando um passaporte iraquiano. No dia seguinte, foi mandado aos EUA.
A polícia de Karachi disse não ter evidências de que a morte dos norte-americanos tenha relação com a extradição de Yousef.
Segundo a polícia, o carro dos assassinos emparelhou com a camionete Toyota branca que levava os norte-americanos quando esta se aproximou de um semáforo.
O motorista da camionete, o paquistanês Nasim-ul-Haq, não foi ferido e levou os americanos na própria camionete até o hospital Aga Khan, em 20 minutos.
Violência étnica, religiosa e política já matou 44 pessoas este mês em Karachi. Desde 1º de janeiro são 287 mortos —no ano passado foram mais de 800.

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