São Paulo, quinta-feira, 9 de março de 1995
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Real 2; Direito de morrer; Artigo de Jatene; Confiabilidade; Acidente; Conto do FMI; Disposição do presidente; Autonomia dos Estados; Guias de turismo; Parques para o público

Real 2
"O caderno especial Real 2 foi competente, oportuno e objetivo. Um serviço de primeira classe aos leitores."
Mauro Salles, publicitário (São Paulo, SP)

Direito de morrer
"Vimos tecer algumas considerações a respeito da matéria 'Psicólogo de Campinas tenta na Justiça autorização para morrer' (Folha, 4/03). Em primeiro lugar, não nos cabe aprovar ou desaprovar a decisão de Fernando Bressane de pedir à Justiça que viabilize legalmente seu desejo de não mais continuar vivendo. Essa é uma decisão de foro íntimo e, provavelmente, ele tem razão. Se ele se sente infeliz, não valoriza a vida que tem (e pelo que informam as reportagens esse sentimento é anterior e talvez até tenha sido a causa da sua deficiência), é bem possível que a morte seja a melhor alternativa para ele e talvez seja melhor também para sua família e seus amigos, porque se existe uma criatura desagradável de se aturar é um deficiente que se sente um coitadinho. O que lamentamos profundamente é que esta história patética pode prejudicar a causa dos deficientes, pois ela reforça o preconceito existente na sociedade segundo o qual a instalação de uma deficiência é um castigo pior do que a morte e por esta razão deveria-se ter pena dos deficientes. Nós, os portadores de deficiência, desde 1979, de forma organizada, vimos lutando para desativar o preconceito de que os deficientes são seres desgraçados e apenas dignos de compaixão. Nosso trabalho tem sido no sentido de combater o preconceito, através da divulgação de informações corretas e da nossa luta pelo respeito aos nossos direitos civis e humanos. Em verdade, o direito pelo qual a maioria das pessoas deficientes luta é o direito de viver, com igualdade de oportunidades, dignidade e plenitude."
Ana Maria Morales Crespo, coordenadora-geral do Núcleo de Integração de Deficientes (São Paulo, SP)

Artigo de Jatene
"É lamentável a defesa que o ministro Adib Jatene faz da categoria médica em seu artigo intitulado 'Cobrança por fora' (Tendências/Debates, 3/03). O vilão da história, o mau pagador, é o Poder Público e não o cidadão-paciente. O médico deve se indignar, se incomodar, com o Poder Público, que lhe paga mal, e não com o cidadão que utiliza os serviços públicos."
Lenir Santos, do Instituto de Direito Sanitário Aplicado (Campinas, SP)

"Oportuno e interessante o artigo do ministro Adib Jatene. No entanto, causa apreensão a possibilidade lá expressa de segmentação das políticas de saúde em função da capacidade de pagamento dos usuários. Se tal vier a ocorrer, estaremos diante do conhecido modelo dual de política social, no qual compete ao Estado apenas os segmentos sociais que não têm acesso ao mercado, no caso da saúde. Nesta situação, em vez do que sugere o artigo, fatalmente teremos um aprofundamento das já intoleráveis desigualdades sociais imperantes em nosso país."
Paulo Eduardo Elias, professor-assistente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Confiabilidade
"Manifesto minha admiração e respeito pela confiabilidade com que vocês transmitem as informações que chegam até nós. Além disso, gostaria de elogiar a presença do jornalista Gilberto Dimenstein, cujo gabarito e profissionalismo é excepcional."
Daniela Tukaze Artuso (Mogi das Cruzes, SP)

Acidente
"Sobre a reportagem publicada no caderno Cotidiano de 18/02/94: era aproximadamente 23h do dia 16/02/94, voltávamos de viagem, a estrada estava tranquila, poucos carros vinham no sentido contrário. De repente, vimos um carro que aproximava-se muito rápido, ainda comentamos 'que louco'! Foi quando sem saber de onde, só vi as luzes em meu rosto, a Saveiro tinha invadido a pista que estávamos e bateu de frente com o Monza. Segundo informações que tive na delegacia quando estive prestando depoimento, a Saveiro teria perdido a direção devido algumas ondulações que existia na pista. Se realmente foi isso que aconteceu, não sei, pois não estava na Saveiro. Gostaria de deixar bem claro que o Sérgio Luis Gomes de Souza não foi o responsável pelo acidente e não estava tentando fazer nenhuma ultrapassagem, uma vez que não havia carro algum à nossa frente. O Sérgio jamais foi imprudente, posso afirmar pois estive ao lado dele durante dez anos e estava no carro na hora do acidente. Posso afirmar, também, que meu marido sempre foi muito cuidadoso e prudente."
Ordaci A. B. Gomes de Souza e Rogério Negosia (São Paulo, SP)

Conto do FMI
"O presidente Fernando Henrique Cardoso tem razão de reclamar do FMI, pois deve estar se sentindo como alguém que acreditou num conto do vigário, como parece que tem sido esse modelo econômico do México."
Fernando Salinas Lacorte (Rio de Janeiro, RJ)

Disposição do presidente
"Em reportagem publicada dia 7/03, nessa Folha, o presidente da República, Fernando Henrique, a propósito da aposentadoria dos professores, disse que se sentia muito bem aos 63 anos para lecionar. O presidente está convidado a dar aulas na periferia de São Paulo para mais de 300 alunos por dia, ganhando R$ 141 por mês, com 'direito' a reclamar e apanhar da tropa de choque. Após 30 anos, veremos se ainda continua com tal disposição."
Roberto Felício, presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Autonomia dos Estados
"Sobre o artigo de Osiris Lopes Filho ('É imprudente seguir a receita mexicana'), na Folha de 19/02, informo que as insurgências citadas aconteceram na época imperial, e a imitação da Federação Americana foi concebida na primeira Constituição da República. Entretanto, tem razão em temer a distribuição do novo IVA pela ainda federação artificial, pois hoje seria necessário se insurgir, embora de forma diferente do passado, contra a falta de autonomia dos Estados."
José Horacio (Campinas, SP)

Guias de turismo
"Acusamos nosso constrangimento ao ver no ar, na novela 'Pátria Minha', o personagem Pedro, vivido pelo ator José Mayer, que passou a atuar como guia de turismo na cidade do Rio de Janeiro, depois de perder seu emprego, fazendo-o como mais uma alternativa de trabalho, depois de ter passado por vários outros. Gostaríamos de esclarecer que, no Brasil, para desempenhar a função do profissional guia de turismo é necessário que se faça um curso de habilitação profissional."
Zuleica de Oliveira Ankli, presidente da Associação de Guias de Turismo do Brasil —Seção MG (Belo Horizonte, MG)

Parques para o público
"Lendo a edição do dia 23/02, à pág. 3-2, deparei com o artigo de José Carlos Piedade ('Nem estética, nem ética'), que reflete, creio eu, a opinião de grande maioria silenciosa, que não aprova a exploração de parques públicos (Ibirapuera e quejandos) com o fito de auferir lucros."
José Pinto da Silva (São Paulo, SP)

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