São Paulo, quinta-feira, 9 de março de 1995
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Arizona conserva o clima de Velho Oeste

Boa infra-estrutura tem atraído negócios e turismo

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
ENVIADO ESPECIAL AO ARIZONA (EUA)

Mais de 24 milhões de pessoas visitam anualmente o Estado do Arizona, que é talvez a melhor imagem do Velho Oeste americano. Toda a região central é ocupada pelo deserto de Sonora, com sua vegetação rasteira alternando com cactos de mais de três metros de altura, símbolo do Estado.
Cruzar esse deserto, ou passear por ali, é ver a todo instante cenas dos velhos filmes do faroeste e de índios. Apaches e navajos são dessa região e hoje vivem protegidos em amplas reservas.
As pessoas vão ao Arizona a negócios e turismo. O governo estadual e as prefeituras da área metropolitana de Phoenix, a capital, vêm implantando, há anos, uma sólida infra-estrutura (estradas, telecomunicações e escolas) e concedendo benefícios para atrair companhias de alta tecnologia.
A política funcionou, a cidade tornou-se centro de negócios e sede de conferências o ano todo. Mas principalmente no inverno.
Está aí uma das principais vantagens do Arizona. Enquanto neva em quase todos os Estados Unidos e Canadá, com temperaturas de até 20 graus negativos, em Phoenix é possível tomar sol à beira da piscina. Ou jogar golfe (ali estão os melhores campos do mundo).
Mas se o turista quiser esquiar, também está disponível. Saindo de Phoenix, levará menos de três horas, em viagem de carro pelo deserto, para chegar às estações.
Como eles dizem por lá, "você esquia no sábado e curte um sol no domingo". Mas esse aproveitamento do clima só é possível porque uma fantástica obra de engenharia resolveu o maior problema da região, a seca permanente.
Essa obra foi a transposição das águas do rio Colorado, que delimitam as fronteiras oeste e norte do Estado. Um sistema de reservatórios e canais abertos levam a água, através do deserto, até a região central e sul do Arizona.
Isso viabilizou a vida e os negócios na região. Uma região de seca hoje tem água abundante para a agricultura e para gerar energia.
Quem visita, em particular os imensos campos de golfe, percebe na hora que tudo ali é obra do homem: terra tratada, irrigação artificial, gramados regulares.
O governador do Ceará, Tasso Jereissati, esteve no Arizona para conhecer as obras. Quer aplicar esse método para levar as águas do rio São Francisco para as regiões secas de seu Estado.
A obra é cara —pode chegar a US$ 2 bilhões—, mas quem visita o Arizona, percebe que vale a pena.

LEIA MAIS
Sobre o Arizona nas págs. 6-12 a 6-14.

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