São Paulo, quarta-feira, 15 de março de 1995
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Fleury reaparece e diz que será candidato

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-governador de São Paulo Luiz Antonio Fleury Filho iniciou ontem articulações para fortalecer seu grupo político na disputa pelo controle do PMDB. Ele esteve em Brasília para conversar com lideranças do partido. Rompeu o silêncio e criticou Orestes Quércia.
"Meu antecessor criou uma situação para dizer que quem manda no PMDB é ele. E não é bem assim", afirmou Fleury, referindo-se a Quércia, seu ex-aliado e hoje adversário político.
Ele contestou as informações de que Quércia teria sido o vitorioso nas eleições dos diretórios municipais e zonais de São Paulo.
"Na capital, 70% dos delegados são ligados a mim —167 dos 297, pelas suas contas— e no interior 90% dos concorrentes eram chapas únicas. Agora é que será feito o mapeamento para ver quem é ligado a quem", disse.
Fleury afirma que não vai disputar a presidência nacional do PMDB, em setembro. Prefere candidatar-se ao governo de São Paulo, em 98 —mesma pretensão de Quércia—, mas não descarta a possibilidade de disputar a prefeitura da capital paulista, em 96.
Para a presidência da Executiva Nacional do partido —cuja eleição será em setembro—, Fleury defende o nome do senador e ex-governador de Goiás Iris Rezende, tradicionalmente quercista.
"Com todo respeito à liderança de Quércia, o Iris hoje é uma das lideranças mais importantes do país e absolutamente independente", disse.
Seu primeiro compromisso foi um almoço com o presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP), com a presença do senador Romeu Tuma (PL-SP).
Depois, esteve no Senado, onde conversou com vários peemedebistas, entre eles Iris Rezende, que acabou lançando o nome de Fleury para a Prefeitura de São Paulo.
Iris afirmou estar tentando "mediar" a crise entre Fleury e Quércia, para tentar unir o partido.
As lideranças do PMDB temem que a disputa entre Fleury e Quércia divida o partido em todo o país. "Precisamos fazer um esforço para evitar que esta disputa seja nacional", disse Iris.
Fleury foi irônico ao comentar as declarações de Quércia, de que o havia esquecido. "Estou com vontade de mandar uma caixa de memoriol para ele. Deve ser problema de memória e de idade".

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