São Paulo, quarta-feira, 15 de março de 1995 |
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No varejo
NELSON DE SÁ
Nada de conter as palavras, retrucou a CBN. É nova fase, mas para "atender deputados e senadores no varejo". O dia foi de metáforas não só comerciais, mercantilistas, mas de outro gênero —como "os ministros fazem corpo a corpo com os parlamentares", ou ainda "homem a homem", ou ainda, "entra e sai". O presidente, que "abriu as portas do Palácio", recebeu de tudo e não escapou de pedidos "engraçados". Um deles: — O prefeito de Caxias do Maranhão aproveitou audiência da esposa, uma deputada do PSC, para expor dificuldades da cidade, que não recebe mais os recursos da LBA. A justificação para o novo estilo do governo real —cada vez mais realista— foi dada um dia antes no Roda Viva, da Cultura, pelo primeiro amigo e ministro Sérgio Motta: — O Congresso representa esta sociedade que está aí. Eu respeito e digo mais: cabe ao político fazer a intermediação entre os interesses da sociedade e o Executivo. É legítimo. Nós precisamos entender que este jogo é legítimo. Um passo a mais na história, na hegemonia do realismo, na legitimação do mercantilismo —contra os moralistas. Subsídios Melhor que o varejo legítimo em Brasília, só mesmo a CPI do Banespa. A Globo citou que "os nomes dos governadores Fleury e Quércia e de várias empresas" foram retirados do relatório final. O relator petista surgiu para declarar, sem o menor sinal de surpresa, "acabou em pizza". O presidente da CPI, ninguém menos do que Barros Munhoz, foi mais sincero: — O governador (Covas) vai ter subsídios, neste relatório, para a sua ação no sentido de retomar o Banespa. Foi tudo para manter o caixa —e as aparências. Miguel Arraes não quis nem saber. Na Cultura, não gostou da pergunta sobre corrupção, levantou e saiu, resmungando. Antes, fez ameaças ao âncora. É a escola Edmundo. Texto Anterior: Clóvis Carvalho recebe críticas Próximo Texto: PSDB escolhe novo presidente no dia 28 Índice |
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