São Paulo, quarta-feira, 15 de março de 1995 |
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Cavallo tenta aprovar hoje novo pacote fiscal
SÔNIA MOSSRI
Além do governo, empresários, banqueiros e produtores rurais pediram aos parlamentares que aprovem o pacote para evitar uma crise cambial que possa levar à desvalorização do peso argentino. O ministro da Economia, Domingo Cavallo, anunciou no início da noite de ontem este novo pacote fiscal para uma platéia de 400 empresários. Esta é a principal exigência do FMI (Fundo Monetário Internacional) para assinar um novo acordo com a Argentina. A principal medida é a elevação da alíquota do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) de 18% para 21%, permitindo uma arrecadação adicional de US$ 2,2 bilhões. O IVA é, basicamente, um imposto sobre consumo. Sua elevação tem impacto sobre os preços e pode provocar inflação. Todas as importações —exceto bens de capital, combustíveis e informática— de países fora do Mercosul são sobretaxadas em 3% até abril de 96. A contribuição dos patrões para a Previdência sobe cerca de 30%, o que deverá aumentar o desemprego, que já atinge 3 milhões de argentinos. O anúncio do acordo com o FMI, na noite de segunda, provocou euforia no mercado e queda nos juros. A Bolsa de Buenos Aires registrou alta de 7,67%, com um volume de negócios que não ocorria desde 31 de agosto de 94, mais de US$ 54 milhões. As taxas de juros das operações interbancárias caíram de 30% para 20% e as casas de câmbio tiveram pouco movimento ontem. O acordo com o FMI dará à Argentina acesso a US$ 7 bilhões —US$ 2,4 bilhões do fundo, US$ 1,3 bilhão do Bird, US$ 1,3 bilhão do BID e US$ 2 bilhões de bancos estrangeiros e empresários. Ontem, o diretor-gerente do FMI, Michel Camdessus, elogiou as medidas tomadas pela Argentina. "Elas apontam para o fortalecimento substancial do programa econômico", disse. Colaboraram as agências internacionais Texto Anterior: Sobem os juros em leilão do Banco Central Próximo Texto: Banco Central ameniza crise com bancos Índice |
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