São Paulo, quarta-feira, 15 de março de 1995
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Publicidade tem crescimento recordista e atinge US$ 6,6 bi

Jornal e revista ampliam sua participação; TV perde

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

O desempenho do mercado publicitário em 1994 foi o melhor da década. As verbas dos anunciantes saltaram 31,8% em relação ao ano anterior e atingiram US$ 6,6 bilhões.
Os veículos impressos ampliaram sua participação no bolo da mídia, enquanto a da TV declinou. As fatias de rádio e outdoor se mantiveram no período, segundo levantamento que a Nielsen divulgou ontem.
Os jornais passaram a deter 35% das verbas e as revistas, 8%. Cada um ganhou um ponto percentual em relação a 1993. A TV, que concentra 51% do total, perdeu dois pontos percentuais no período.
A Gessy Lever encabeça, pelo terceiro ano consecutivo, o ranking dos maiores anunciantes do país. Segundo a Nielsen, a companhia investiu US$ 104,8 milhões para promover 51 produtos.
A estimativa da Gessy Lever é inferior —na faixa dos US$ 60 milhões. A diferença pode ser atribuída aos critérios do instituto, que não contabiliza descontos negociados com os veículos nem a veiculação de merchandising e comerciais inseridos em programas.
O Projeto Intermeios, que avalia o desempenho setorial através do faturamento declarado dos veículos, calcula o bolo da propaganda em US$ 4,5 bilhões —cifra 32% inferior à calculada pela Nielsen.
Ocorreram mudanças no ranking. Sete grupos passaram a figurar na lista —entre eles a Casa Centro, que faz sua estréia na 24ª posição. Também escalaram posições a Casas Bahia (do 20º lugar para o 6º) e a Arisco (do 28º para o 15º lugar).
Além disso, a Brahma desbancou a Autolatina e despontou como segundo maior anunciante —a rival Antarctica injetou US$ 63 milhões e avançou da oitava para a quarta posição.
A guerra da cerveja tem feito jorrar verbas no setor. Os investimentos reais, por questões estratégicas, são mantidos em sigilo. A Nielsen atribui US$ 75,4 milhões à Brahma, que reconhece somente US$ 40 milhões.
A Autolatina despencou da 2ª posição para a 12ª. Também a rival General Motors foi deslocada do 5º para o 13º lugar.
Alguns anunciantes do varejo chegam a investir bem acima da média. É o caso da Casas Bahia, que utilizou 75% da verba de US$ 46,2 milhões na veiculação de anúncios.
O estudo da Nielsen passou a medir as verbas destinadas às emissoras de televisão —a Rede Globo detém 44% dos US$ 3,3 bilhões destinados à mídia.
Seguem-se o SBT (23%), Bandeirantes (14%) e Manchete (9%). Os 10% restantes são rateados pelas "independentes".

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