São Paulo, quarta-feira, 15 de março de 1995 |
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Testemunho pode ser silencioso
PAULO COELHO
O Sol do final de outono começa a descer. Estamos em Saasbruck, na Alemanha. "Não vejo nada", respondo. "Apenas uma praça vazia." "O monumento está debaixo de seus pés", insiste Robert. Olho para o chão: o calçamento é feito de lajes iguais, sem nenhuma decoração especial. Não quero decepcionar meu amigo, mas não consigo ver nada demais. Robert explica: "Chama-se O Monumento Invisível. Gravado na parte de baixo destas pedras, existe o nome de um lugar onde judeus foram mortos. Artistas anônimos criaram esta praça durante a Segunda Guerra, e iam acrescentando as lajes à medida que novos locais de extermínio eram denunciados. Mesmo que ninguém visse, aqui ficava o testemunho". Texto Anterior: "O Rei Leão" bate recorde de vendas Próximo Texto: Lucélia mostra o Brasil para chineses Índice |
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