São Paulo, quarta-feira, 15 de março de 1995
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País tem tradição e vanguarda

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA

A dança na Suécia não se restringe à tradição do Balé Real. Assim como os Ballets Russes, de Serge Diaghilev, existiu nos anos 20 um grupo de importância quase comparável: os Ballets Suecos.
A vanguarda na Suécia começou com esta trupe fundada por Rolf de Maré, colecionador de artes que se aliou a Michel Fokine, coreógrafo que havia trabalhado com Diaghilev.
Como os Ballets Russes, o então chamado Ballets Suédois assumiu cidadania mundial, atuando além das fronteiras da Suécia.
Formada por jovens coreógrafos suecos, influenciados pela modernidade transmitida por nomes com Kurt Joos e Mary Wigman, o grupo mantinha estreita relação com artistas de outras áreas.
A palavra de ordem era romper limites, expandindo as possibilidades da dança para transformá-la em "arte total".
Os melhores artistas da época colaboraram com os Ballets Suecos. Entre outros, Claudel, Cocteau, Picabia, Satie, Léger, Chirico, Honegger, René Clair.
A aventura criativa dos Ballets Suecos durou apenas cinco anos. Mas, a abertura para a renovação já estava instalada na Suécia.
Foi a coreógrafa Birgit Cullberg quem realmente solidifica a moderna dança sueca, nos anos 30.
Formada por Kurt Joos e Martha Graham, Birgit formou sua própria companhia em 1939 —o Cullberg Ballet, que permanece até hoje como um parâmetro da dança contemporânea.
Depois de ser dirigido por Mats Ek, filho de Birgit, o Cullberg passou a ser conduzido, ano passado, por Carolyn Carlson, outra musa da dança na Europa.
Com formação teatral, Ek criou versões revolucionárias para obras clássicas. Seu "O Lago dos Cisnes", por exemplo, é interpretado por bailarinas carecas e descalças, em meio a um cenário surreal.

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