São Paulo, sexta-feira, 17 de março de 1995 |
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BNDES quer limite para financiamentos
DA SUCURSAL DO RIO O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) pretende reduzir seu limite para financiamentos de projetos de infra-estrutura, atualmente extensivo a 65% do valor do projeto.Segundo a diretora de Infra-estrutura e Privatização do banco, Elena Landau, a necessidade de recursos nesta área é muito maior que a capacidade de atendimento do BNDES. Segundo cálculos de empresários reunidos ontem pelo Banco Pactual no primeiro Seminário Internacional de Project Finance (financiamento de projeto) do Brasil, o país vai precisar nos próximos anos de US$ 20 bilhões anuais de investimentos em infra-estrutura. Elena Landau disse que, nesse contexto, caberia ao BNDES o papel de abrir espaço para que os responsáveis pelos projetos possam captar recursos privados. Para explicar como seria esse processo, ela disse que, como o banco tem tradição em análise de riscos de projetos, o enquadramento de uma determinada proposta por ele seria quase que um aval para que os autores do projeto buscassem financiamentos. O enquadramento significa que o banco considera um determinado projeto passível de ser financiado. Sobre a fatia dos recursos do BNDES que poderia ir para financiamentos, Elena disse que ela hoje está entre 15% e 20% do total financiado no ano. Esse percentual, aplicado sobre os US$ 6 bilhões emprestado pelo banco em 1994 dá um teto de US$ 1,2 bilhão para infra-estrutura. Segundo Ronnie Vaz Moreira, do Banco Pactual, somente para projetos no setor de energia elétrica o Brasil vai precisar de US$ 30 bilhões até o ano 2003, necessário para aumentar em 30 mil megawatts a oferta de energia elétrica. Atualmente, a oferta total é ligeiramente superior a 50 mil megawatts, segundo o ex-presidente da Eletrobrás José Luiz Alqueres. No seminário, empresários e executivos discutiram com o BNDES e outros órgãos de governo o conceito de "project finance", que vem sendo aplicado em outros países. Pelo conceito, o agente financiador avalia apenas se o projeto em análise é capaz de gerar recursos para pagar o empréstimo. A garantia do financiamento também deve ser o próprio projeto financiado. Texto Anterior: Festa de Luís Eduardo na BA esvazia plenário Próximo Texto: Governo pode adiantar R$ 17 mi à RFFSA Índice |
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