São Paulo, sexta-feira, 17 de março de 1995
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Taxas de juros dos CDBs voltam a subir

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Os bancos tentam segurar o dinheiro aplicado no mercado financeiro nacional, aumentando as taxas de juros. Há uma expectativa de inflação maior em abril e o mercado cambial pressiona também as taxas.
O dólar comercial abriu a R$ 0,893 para venda e chegou a bater R$ 0,90, quando o Banco Central anunciou um leilão de venda de títulos (NBCs) com correção cambial e prazo de três meses no valor de R$ 1 bilhão. O BC conseguiu colocar R$ 806,2 milhões. A taxa de juro foi de 16,04% ao ano mais correção cambial, dentro da expectativa do mercado.
A partir do anúncio do leilão, o mercado começou a ficar mais tranquilo e as cotações do dólar recuaram para o mesmo patamar do dia anterior (R$ 0,893).
O Banco Central não atuou no mercado de dólar pelo segundo dia consecutivo.
A intranquilidade no mercado cambial foi ampliada com a divulgação pelo BC de crescente saída de recursos para o exterior.
As saídas financeiras de dólares superam as entradas este mês até o dia 15 em US$ 3,28 bilhões.
Investidores que vieram ao país para aproveitar os altos juros estão retirando seus recursos, buscando outras oportunidades e com receio de desvalorizações da moeda local. No mercado de renda fixa brasileiro, os juros dos CDBs passaram de 67,41% ao ano na equivalência para o prazo de 32 dias no dia anterior, para 73% ao ano ontem.
A projeção de juros no mercado futuro de DI para março passou de 4,55% para 4,67%.
As saídas de dinheiro estrangeiro nas Bolsas não são tão expressivas. Segundo o presidente da Bolsa paulista, Alvaro Augusto Vidigal, as saídas de dinheiro externo superam as entradas na Bovespa em apenas US$ 90 milhões neste mês até agora.
Apesar das altas dos juros internos e da intranquilidade no setor cambial, as Bolsas operaram em alta. O pacote econômico argentino foi bem recebido. O índice Bovespa subiu 6,88% . (Rodney Vergili)

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,148%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 6,02% ao mês, projetando 4,26% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 6,09% ao mês, projetando 4,38% no mês.
As cadernetas que vencem hoje rendem 2,0834%. CDBs prefixados de 32 dias negociados ontem: entre 43% e 74% ao ano. CDBs pós-fixados de 153 dias: 15,5% a 15,9% ao ano mais a variação da TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 7,43% ao mês, projetando rentabilidade de 5,38% no mês. Para 32 dias (capital de giro): de 91% a 153% brutos ao ano.

No exterior
Prime rate: 9%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: alta de 6,88%%, fechando com 31.417 pontos e volume financeiro de R$ 180,79 milhões. Rio: valorização de 6,2%, encerrando a 14.836 pontos e movimentando R$ 25,16 milhões.

Bolsas no exterior
Nova York: o índice Dow Jones fechou a 4.069,15 pontos. Londres: o índice Financial Times encerrou a 2.371,40 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou a 16.355,68 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,892 (compra) e R$ 0,893 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a R$ 0,882 (compra) e R$ 0,884 (venda). "Black": R$ 0,890 (compra) e R$ 0,900 (venda). "Black" cabo: R$ 0,895 (compra) e R$ 0,900 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,865 (compra) e R$ 0,905 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 1,19%, fechando a R$ 11,10 o grama na BM&F.

Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) neste mês até o último dia 15 é positivo em US$ 326,92 milhões. As saídas financeiras superam as entradas de dólares em US$ 3,289 bilhões. O saldo total (comercial e financeiro) está negativo no mesmo período em US$ 2,96 bilhões.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra foi cotada a 1,5895. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,3890 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 89,77 ienes. Em Nova York a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 384,80.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para março fechou a 4,67% e para abril a 4,79% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para abril ficou a 32.700 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para março fechou a R$ 0,912 e a R$ 0,941 para abril.

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