São Paulo, sexta-feira, 17 de março de 1995
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México tem superávit na balança comercial

FLAVIO CASTELLOTTI
DA CIDADE DO MÉXICO

A balança comercial mexicana registrou superávit de US$ 452 milhões em fevereiro. Trata-se do primeiro resultado positivo desde novembro de 1990.
O saldo acumulado no primeiro bimestre de 95, porém, ainda é deficitário em US$ 78 milhões. No primeiro bimestre do ano passado, o déficit foi de US$ 3 bilhões.
O superávit comercial deve-se sobretudo à desvalorização da moeda mexicana frente ao dólar.
Até dezembro do ano passado, o dólar era comercializado em média a 3,50 novos pesos. Hoje, a cotação raramente está abaixo de 6,00 novos pesos.
Com a desvalorização do peso, as exportações mexicanas aumentaram 24,1% em fevereiro, com relação ao mesmo mês de 1994. As importações caíram 14,4%.
Segundo o Ministério da Fazenda, a alta das exportações foi sentida principalmente na indústria manufatureira e nas vendas de petróleo, que cresceram 22,6% em relação a fevereiro de 1994.

Instabilidade
Ontem, o dólar teve nova alta no mercado mexicano. Foi vendido a 7,70 e comprado a 6,50 novos pesos em casas de câmbio.
Na quarta-feira, o dólar já havia chegado a 7,50 novos pesos e as taxas de juros estouraram.
O Banco Central mexicano voltou a negociar títulos públicos (Cetes) de 14 dias, o que não fazia desde dezembro de 1989, à taxa de juros de 92,5%.
Os juros dos Cetes de 28 dias alcançaram 82,4% ao ano. Os juros interbancários também bateram recorde histórico (109,7%.)
Foi o primeiro leilão do Banco do México após o anúncio do plano econômico, na quinta passada. Foram colocados à venda cerca de US$ 380 milhões em títulos.
O aumento médio das taxas de juros para os consumidores já chega a 143% este ano. A taxa anual para usuários de cartões de crédito está em 150%. Para quem comprou carro a prazo, ela é de 144%; para créditos a empresas, 128%.
Impossibilitados de pagar suas dívidas, consumidores protestaram ontem contra a alta dos juros, impedindo o acesso do público a várias agências bancárias da capital.
Os investidores estrangeiros, apesar dos juros altos, ainda não estão confiantes o bastante para aportar novos capitais no país.

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