São Paulo, sexta-feira, 17 de março de 1995
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CineSesc mostra os melhores de 1994

DA REDAÇÃO

O CineSesc começa a exibir a partir de hoje o "Festival do Sesc de Melhores Filmes de 1994". A mostra traz uma seleção de 28 filmes —escolhidos pela crítica e público— que traduzem o que de mais importante foi exibido nos cinemas da cidade no ano que passou.
O filme que foi escolhido para a abertura do festival é "Short Cuts — Cenas da Vida", do diretor Robert Altman. Baseado em uma série de contos do escritor Raymond Carver, o filme traça um retrato dos pequenos dramas da vida nos subúrbios de Los Angeles. "Short Cuts" conquistou 307 pontos entre a crítica paulistana.
Outro dos mais votados, mas bem distante da procura de Altman por um cinema mais alternativo, é a última obra de Steven Spilberg: "A Lista de Schindler", que será exibido amanhã.
Representante do mais típico cinema de Hollywood, o filme foi o grande vencedor da noite de entrega do Oscar de 1994, conquistando sete prêmios de suas 12 indicações. Entre eles o de melhor direção e o de melhor filme.
Mas se as obras que serão exibidas têm uma relação muita próxima do sucesso popular (e aqui se enquadram "A Casa dos Espíritos" de Billy August, "Em Nome do Pai" de Jim Sheridam ou "Filadélfia" de Jonathan Demme) é verdade que existe também espaço para aqueles filmes que não estão, desde o início, condicionados aos prêmios e a grande bilheteria. Obras que, como sempre nesses casos, tiveram uma passagem ligeira em suas estréias nos cinemas.
A chance, portanto, de reavaliar (ou na verdade conhecer) "Infelizmente Para Mim" (dia 29), o último filme de Jean—Luc Godard exibido no país. Uma fábula sobre a cultura, deuses e o amor na visão de um dos mais brilhantes cineastas em atividade.
Outro exemplo é "O Bebê Santo de Mâcon" (dia 27) do barroco diretor britânico Peter Greenaway. Ou ainda "Amor e Restos Humanos" (dia 10 de abril) do canadense Denys Arcand, que transforma a Aids em uma assassina serial.
Para quem pretende entender todas as razões do sucesso do diretor Quentin Tarantino e seu "Pulp Fiction", em cartaz na cidade, pode começar por "Amor à Queima Roupa" de Tony Scott e com roteiro de Tarantino (exibido no dia 30). Mais uma vez, uma história de amor recheada de crimes e violência.
O diretor polonês Krzysztof Kieslowski comparece com dois dos filmes sobre sua trilogia sobre os princípios da revolução francesa: "A Igualdade é Branca" (dia 20) e "A Fraternidade é Vermelha" (21) que concorre esse ano ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

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