São Paulo, sábado, 18 de março de 1995
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Prefeitura reprova sete dos maiores clubes de SP

DANIELA FALCÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os grandes clubes de São Paulo não oferecem proteção a seus sócios e têm poucos cuidados com higiene. Essa é a conclusão da prefeitura depois de vistoriar e multar sete clubes nos últimos 15 dias.
Entre 3 e 16 de março, Sehab (Secretaria de Habitação), Semab (Secretaria de Abastecimento) e Vigilância Sanitária Estadual multaram ou interditaram parcialmente todos os clubes visitados.
O caso mais grave foi o do Esporte Clube Pinheiros (zona oeste), que teve toda sua área interditada no dia 8 de março por falta de segurança e higiene.
Também foram parcialmente fechados os clubes Paulistano, Harmonia e Palmeiras (zona oeste), Monte Líbano e Sírio (zona sul) e Corinthians (zona leste).
Os problemas mais comuns encontrados pela fiscalização foram falta de higiene nas cozinhas e restaurantes, inexistência de pára-raios na área das piscinas e ausência de sistema de proteção contra incêndio.
No Palmeiras, único clube em que a água da piscina foi testada, foi constatado que os sócios que frequentam o complexo aquático corriam risco de pegar doenças como hepatite e conjuntivite porque a água estava com pouco cloro.
Em vários clubes havia baratas em cima de alimentos que posteriormente seriam servidos aos sócios. Em todas as associações vistoriadas pela Semab foram encontrados alimentos estragados ou com data de validade vencida.
Por causa da apreensão de alimentos impróprios ao consumo, os gerentes de seis clubes foram detidos pelo Decon (Departamento Estadual de Polícia do Consumidor). Todos foram liberados após pagamento de fiança.
Ao todo, os clubes pagaram R$ 11 mil de multa devido às irregularidades encontradas nas cozinhas e restaurantes.
Os presidentes dos clubes criticam a maneira como a fiscalização vem sendo feita e disseram que as interdições foram "sensacionalistas e despropositadas".
A Semab e a Sehab afirmam que começaram a fazer as blitze depois de receberem denúncias de associados sobre falta de higiene e má conservação dos clubes.
Surpresa
O diretor do Contru (Departamento de Controle e Uso de Imóveis), Carlos Alberto Venturelli, 50, disse que está "surpreso" com as péssimas condições de manutenção dos clubes.
O Contru é o órgão da Sehab responsável pela fiscalização em prédios e áreas públicas.
"O Contru visitou quatro clubes (Pinheiros, Monte Líbano, Sírio e Corinthians) e nenhum deles tinha pára-raios para proteger a área das piscinas. Só mesmo acreditando que Deus é brasileiro porque poderiam ter acontecido várias tragédias."

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