São Paulo, sábado, 18 de março de 1995 |
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Clubes dizem que blitz é sensacionalista
DANIELA FALCÃO
Na nota, o Sindi-Clube diz que reconhece o valor das blitze, mas entende que elas deveriam acontecer de forma gradual e com orientação, para permitir uma melhoria real dos equipamentos dos clubes. "Em vez de punir, a Semab e o Contru deveriam nos orientar para conseguirmos cumprir as leis à risca", diz Antônio Machado Rudge, presidente do Sindi-Clube. Rudge afirma que vê "com certa preocupação" as interdições de restaurantes e áreas externas dos clubes. "Não sou contra a fiscalização, mas discordo da maneira como ela vem sendo feita." "Os fiscais já chegam interditando. Se eles dessem um prazo de 24 horas para que os clube se adequassem às normas, a segurança dos sócios estaria garantida sem necessidade de tanto estardalhaço", afirma. Segundo Rudge, o sindicato já entrou em contato com a prefeitura para que as blitze sejam substituídas por palestras de orientação sobre normas de segurança e higiene. Monte Líbano O presidente do Monte Líbano (zona sul), Sami Bussab, 56, diz que as blitze e interdições têm caráter "sensacionalista". "Nunca houve fiscalização antes e, agora, a Semab e o Contru resolvem fazer blitze acompanhadas de repórteres e câmeras de televisão. Isso é injusto e muito estranho", diz Bussab. Para o presidente do Monte Líbano, a maior prova de que as interdições foram exageradas é o fato de o restaurante e o almoxarifado do clube terem sido reabertos 24 horas depois da blitz. "Se fosse alguma coisa tão grave que ameaçasse a vida dos sócios, nós não teríamos conseguido resolver tão rápido", diz Bussab. Segundo o diretor do Contru, Carlos Alberto Venturelli, o almoxarifado foi desinterditado com rapidez porque as obras necessárias foram feitas em tempo recorde. Bussab diz que, mesmo antes da blitz, o Monte Líbano já obedecia todas as normas de higiene. "Os libaneses são muito exigentes com limpeza na cozinha porque os alimentos são bastante perecíveis. Com o quibe cru, por exemplo, que estraga muito fácil, temos que ter atenção e limpeza em dobro." Pinheiros A diretoria do Esporte Clube Pinheiros (zona oeste) também criticou as blitze. O clube tem 40 mil sócios e é um dos mais antigos da cidade, com 95 anos. "Houve exagero. Poderíamos ter feito as obras e modificações exigidas sem que o clube fosse interditado. Quem terminou tendo prejuízo foram os sócios", afirma Sérgio Calil, diretor de planejamento do Pinheiros. (DF) Texto Anterior: Ação só começou após verão Próximo Texto: CRONOLOGIA DAS BLITZE Índice |
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