São Paulo, sábado, 18 de março de 1995
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Cartão PT-Visa; Sobre os alunos da FMU; Cursos na Bolívia; Encostas de São Vicente; Carreira no ar; Questão de critério

Cartão PT-Visa
"Gostaria de expressar a minha mais completa estupefação e a sensação de desconforto causada pela utilização dada, pelo PT, ao tempo que gratuitamente lhe foi concedido para, em rede nacional de rádio e televisão, dirigir-se à população do país no dia 9/03. Terá parecido ao menos estranho encontrar na mensagem dirigida à nação, por um partido que se diz dos trabalhadores, a mais direta e inesperada publicidade de um cartão de crédito de circulação internacional e de um grande banco privado nacional. Muitos se terão perguntado: partido dos trabalhadores ou partido do capital? Não desejo nem por um momento permanecer nessa linha de argumentação. 'Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades', diria o grande poeta português. Seguramente, a razão profunda do desconforto achava-se em outro nível. Ora, a explicação é óbvia. Ao menos, torna-se óbvia quando se colocam frente a frente duas idéias que parecem excluir-se. De um lado, empresa privada de fins lucrativos; de outro lado, horário eleitoral gratuito, concessão do Estado. Consciente ou inconscientemente, o partido em causa utilizou ou permitiu que fosse utilizado o tempo que lhe foi concedido gratuitamente pelo povo brasileiro com publicidade de poderosas companhias privadas de fins lucrativos. Como se explica que as redes de rádio e televisão devam se submeter à utilização de seu horário nobre para oferta de serviços de empresas privadas com fins lucrativos? O que ocorreria se as empresas de comunicação, sentindo-se lesadas em seu patrimônio, resolvessem acionar judicialmente os culpados pela lesão? E mais, como assegurar a essas empresas que o tempo de programação gratuitamente cedido ao PT foi transferido àquelas empresas privadas de forma também gratuita?"
Ricardo Izar, deputado federal pelo PPR-SP (Brasília, DF)

Sobre os alunos da FMU
"Cumpre-nos o dever moral e de responsabilidade para com os nossos objetivos educacionais responder a inoportuna conotação empregada pela colunista Barbara Gancia, ao término do artigo intitulado 'Filho da ministra é gênio de chapéu em cone', publicado na edição de 15/03, pág. 3-2, com o seguinte teor: 'Se o 1º colocado em vestibulares tão bem cotados exibe esse nível de ignorância, imagine o que passa pela cabeça do 45º colocado da FMU'. Repelimos, de forma veemente, a infeliz comparação feita pela senhora colunista, pois temos certeza absoluta que o vestibular das Faculdades Metropolitanas Unidas tem sido elaborado com o propósito supremo de acolher em seu corpo discente acadêmicos —jovens e adultos— que demonstrem possuir conhecimento cultural e geral, capaz de permitir assimilar os ensinamentos que serão ministrados em nossos cursos superiores. Desse modo, a ignorância mencionada pela senhora colunista não se ajusta ao nosso alunado, até porque número expressivo dos acadêmicos metropolitanos já possui nível universitário completo, estando cursando nossas faculdades por opção, face a qualidade de ensino que elas apresentam. No caso, o emprego da infeliz adjetivação melhor se aplica a quem ignora os princípios éticos e básicos que norteiam o ensino e o espírito universitário das FMU."
Labibi Elias Alves da Silva, diretora-geral; Marco Antonio de Barros, diretor da Faculdade de Direito; Mirched Abdo Alaby, diretor da Faculdade de Ciências Contábeis; José Augusto Rossetto Jr., diretor da Faculdade de Psicologia; Luiz Carlos F. de Mattos, diretor da Faculdade de Educação; Luiz Licco Netto, diretor da Faculdade de Administração; Wilson M. de Souza, diretor da Faculdade de Matemática; Flávio Delmanto, diretor da Faculdade de Educação Física, e Victor David, diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, da Faculdades Metropolitanas Unidas (São Paulo, SP

"Como aluna do curso de Direito aprovada no último concurso vestibular das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e leitora da Folha, venho manifestar minha indignação quanto aos artigos da colunista Barbara Gancia, em que se refere de forma desastrosa ao corpo discente da referida instituição de ensino."
Dagmar dos Santos (São Paulo, SP)

Cursos na Bolívia
"Na edição de 13/03, esse jornal publicou texto sobre a Universidad del Valle, de Cochabamba, Bolívia, que utiliza um enfoque que não corresponde à verdade e que é ofensivo. Estou certo que a política informativa do jornal não é essa, mas sim a inversa, isto é, dizer e refletir a verdade. Por isso tenho o prazer de convidar um repórter para conhecer nossa universidade, uma das mais importantes da Bolívia, e conversar com os dirigentes, professores e alunos do Brasil e de outros países. A Universidad del Valle é membro da American Association of Collegiate Registrars and Admissions Officers e mantém relações acadêmicas com importantes universidades da Europa, Japão, Israel e América Latina."
Gonzalo Ruiz Martinez, reitor da Universidad del Valle (Cochabamba, Bolívia)

Respostas dos jornalistas Antonina Lemos e Rodrigo Leite — A reportagem em nenhum momento questiona a qualidade ou a seriedade da instituição. Os textos divulgam a ação de dois brasileiros que levam estudantes para a Bolívia para cursar uma universidade que não tem o diploma reconhecido pelo MEC.

Encostas de São Vicente
"Sobre a reportagem publicada em 15/03, pág. 3-4: 1) nenhum dos jornalistas presentes à entrevista apresentou-se como sendo da Folha. 2) O objetivo principal da entrevista era chamar a atenção para a necessidade da retirada de toda a população que ocupa a encosta do Morro Parque Prainha. 3) Baseamos nossa entrevista em laudo técnico enviado em 1º de fevereiro à Prefeitura de São Vicente, à Curadoria do Meio Ambiente, entre outros órgãos. 4) Em nenhum momento atribuímos à prefeitura a responsabilidade pela morte de quatro crianças em soterramento ocorrido dia 11. Tal afirmação seria leviana e irresponsável."
Myrna T. Rossi Rego, diretora do Centro de Ensino e Pesquisas do Litoral da Universidade Estadual Paulista (São Vicente, SP)

Nota da Redação — Leia correção na seção Erramos abaixo.

Carreira no ar
"Vimos parabenizar esse jornal pela reportagem 'Carreira de comissário de vôo', publicada em Turismo de 2/03. Entendemos ser importante ressaltar que a jornalista Simone Galib compreendeu na íntegra a realidade em que vive esse profissional."
Celeste Santini, gerente-geral da Aviation Ground School (São Paulo, SP)

Questão de critério
"Que o governo não utiliza critérios claros para definir os cortes no Orçamento, todos estamos cansados de saber. Não se entende o espanto da sra. Izabel de Miranda Santos (Painel do Leitor, 16/03) sobre as demissões no Cenargen, pois sabe-se de casos de funcionários que foram demitidos pelo órgão apenas porque não possuíam os 'olhos azuis' que a chefia desejava."
Braz Bello Junior (São Carlos, SP)

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