São Paulo, domingo, 19 de março de 1995
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Nos EUA, juro acima da inflação é de 1%

DANIELA ROCHA
DE NOVA YORK

Os títulos existentes nos EUA são semelhantes aos do Brasil. Caderneta de poupança, CDB e RDB têm correspondentes nos EUA.
Os juros são um pouco acima da inflação, em média 1% de rendimento real. No Brasil, o valor é definido em 6% de juros fixos. Nos EUA o rendimento é definido pelo banco e é calculado através da estimativa da inflação do ano mais um ponto percentual.
As aplicações equivalentes ao CDB e RDB nos EUA têm patamares de rentabilidade —como no Brasil, cliente grande ganha mais— e existe penalidade por retirada antecipada. Prazos variam de 30, 60, 80 dias, até 3 anos.
O cálculo do juro é feito através da Anual Percentual Rate (juro nominal), por causa da inflação baixíssima. Por exemplo: depositando US$ 100, o banco estipula que o rendimento é de 12% ao ano, ou 1% ao mês. No final do ano o rendimento real será superior a 12% por causa do juro composto.
O mesmo vale para financiamentos: o juro pago é pouco superior do calculado inicialmente.
Existem três papéis governamentais: T-Bonds, de longo prazo, até 30 anos, o T-Notes, que podem chegar até 10 anos, e os T-Bills, normalmente até três meses. No Brasil, diferentemente dos EUA, papéis do governo são negociados apenas entre bancos.
A indústria de fundos nos EUA é gigantesca pela diversidade de fundos que apresenta. Existem fundos de risco, conservadores, de ações, de renda fixa, híbridos, fechados (para número determinado de cotistas), abertos (sem limite de capitação) etc.
Em tese, no Brasil, existe a mesma variedade. Na prática, os fundos de maior sucesso no Brasil são os fundos de commodities. Existem cerca de 300 desses fundos (que movimentam US$ 30 bilhões). No Brasil os fundos de commodities (que incluem, além de commodities, ações e títulos) são administrados por bancos. Nos EUA, são administrados por empresas de investimentos.
Ao contrário dos EUA, no Brasil os bancos podem fazer tudo. Todos os principais bancos do Brasil têm uma corretora de valores. Nos EUA bancos não podem ter corretoras.
As ações negociadas na Bolsa de Valores de Nova York, a maior dos EUA, têm em média valor de US$ 30 por unidade. Em média, por dia, a BVNY negocia 300 milhões de ações, que significa que o volume financeiro de Nova York é da ordem de US$ 9 bilhões.
Outra bolsa de ações importante em Nova York é a Amex (American Stock Exchange), que negocia em média um quarto do volume da de Nova York. A terceira é a Chicago Stock Exchange.

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