São Paulo, domingo, 19 de março de 1995
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A estranheza da casa virtual

A exposição metacrítica de Iran do Espírito Santo foi pensada como uma instalação. Redefine os espaços da galeria, assim como pretende repensar os de uma casa. Uma parede xadrez ocupa o hall do escritório da galeria e um coelho correndo, entre dois parênteses gráficos, é exposto na escada da entrada. Uma das paredes da sala da galeria mostra uma arandela estilo "Consolação", acesa. Outros trabalhos são: um círculo de tijolos, cimentados como uma parede, e uma placa de vidro com buracos circulares como um queijo suíço. A parede, símbolo de estabilidade, agora toca o chão num só ponto e pode sair rolando a qualquer momento. O vidro, chamado de "Tomograma", lugar comum da arquitetura atual, não mais separa nem divide, não protege nem dá abrigo. O xadrez, símbolo de clã e de aconchego, é agora cinza, geométrico, frio e o seu título, "No Xadrez", lembra mais o Carandiru do que um lar. A exposição é sobre a estranheza do familiar e até que ponto a nossa casa é um refúgio aconchegante contra a hostilidade do mundo. —João Pedrosa

Iran do Espírito Santo. Galeria Luisa Strina: r. Padre João Manoel, 974-A, Jardins. Tel. 280-2471. Segunda a sexta: 10h/20h. Sábados: 10h/14h. Até 5 de Abril.

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