São Paulo, terça-feira, 21 de março de 1995
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Grupo segue Fleury e ameaça debandada

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O PMDB poderá sofrer uma debandada em São Paulo. A exemplo do ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho, o ex-deputado esta dual Arnaldo Jardim também admitiu deixar a legenda.
"Se predominar a purificação quercista, nossa permanência é dificultada", disse Jardim. O ex-governador Orestes Quércia tem defendido a "purificação" do PMDB de São Paulo, o que para ele significa excluir da cúpula estadual do partido a ala de Fleury.
A direção estadual do PMDB será eleita em maio. Em entrevista publicada pela Folha ontem, Fleury admitiu pela primeira vez deixar o partido caso ocorrer uma "hegemonia do quercismo" na disputa interna de maio.
O grupo de Quércia é favorito destacado para obter a maioria dos delegados à convenção estadual. Antes de sair do partido, Jardim quer ser o anticandidato à presidência do Diretório Regional.
"Quero ser candidato não para ganhar, mas para demarcar posição contra uma falsa unidade que adiaria o debate interno", disse Jardim. O deputado não quer fazer chapa única com o quercismo.
O deputado federal Wagner Rossi é candidato à presidência do diretório paulista. Um dos articuladores de sua candidatura é o deputado federal Luiz Carlos Santos, que está aliado a Fleury na luta contra Quércia.
Rossi, no entanto, afirmou que sua postulação não está ligada ao plano de Fleury de derrotar Quércia na convenção. "Dispenso o apoio de Fleury e ele (Fleury) precisa começar a ser um militante do partido", afirmou Rossi. O deputado se diz "equidistante" na luta entre os dois ex-governadores. "O Quércia é maior liderança do PMDB paulista, mas não pode pensar que é possível continuar dando ordem por telefone ao partido".
O deputado federal Alberto Goldman, ligado a Quércia, também é candidato à presidência do PMDB de São Paulo. Rossi e Goldman, apesar de adversários, concordaram na avaliação da entrevista de Fleury à Folha.
"O Fleury não deveria procurar briga", disse Rossi. "Foi uma entrevista infeliz", acha Goldman.
Quércia não quis se manifestar sobre a entrevista em que Fleury classificou o comportamento de seu padrinho político de "covarde" e "oportunista".

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